“A história da relação entre Constance Chatterley e Mellors, o guarda de caça do seu marido inválido, é o romance mais controverso de Lawrence e talvez o seu texto mais comovente sobre o amor.Escrevendo para libertar as gerações que, a seu ver, consideravam o sexo um simples constrangimento ou acto mecânico, Lawrence disse sobre esse livro: trabalhei sempre o mesmo tema, encarar a relação sexual não como algo vergonhoso, mas válido e precioso. Penso que neste romance fui mais longe do que em nenhum outro. Para mim, é uma obra bonita, terna e frágil, tal como a nudez”.
O que eu achei:
D. H. Lawrence nasceu na aldeia de Eastwood, no reino Unido, em 1885. Para Lawrence o amor é como uma força da natureza e o sexo é o ser fundamental em nós.
“O Amante de Lady Chatterley” foi publicado em 1928 e proibido em Inglaterra (por ser considerado pornográfico), mas traduzido e publicado em diversos países.Depois de efectuada a sua leitura verificámos que a obra não tem nada de pornográfico. Eu diria que tem muito de sensual e belo.
Ao longo do romance existem frases que possam ter chocado a sociedade da altura, mas Lawrence, por certo, usou-as propositadamente.
Durante todo o romance existe uma forte crítica ao modo como o sexo era encarado na altura: uma obrigação com repulsa à mistura.
A história baseia-se num triângulo amoroso, se assim o podemos chamar, pois um dos personagens é impotente.
Constance casa com Clifford, no entanto teve experiências sexuais antes de casar, teve uma educação livre e livre de preconceitos, estudou arte em Paris. O seu pai era apologista de que também as mulheres deveriam usufruir dos prazeres da vida e deviam ser realizadas a nível sexual.
Após um mês de casamento Clifford vai para o exército e volta impotente. O pai aconselha-a a arranjar um amante. Constance envolve-se com um escritor que costumava participar nos serões de sua casa, onde se discutia essencialmente política. Penso que muito do que é dito nas “tertúlias” em casa de Clifford é essencialmente uma crítica à política da altura.
Contudo, a Michaelis (o escritor) faltava-lhe algo que para Connie era fundamental – carinho para com ela. Assim, achava-o frio como a todos os outros homens. Até que um dia Connie conhece um homem que para além de a satisfazer sexualmente consegue fazê-lo com muita ternura e sem sentimento de culpa ou de vergonha.
Em todo o romance está patente uma crítica à sociedade da altura e talvez por isso proibido a sua publicação e não por ser um romance de cariz pornográfico, porque não é!
.
Texto anteriormente publicado no blogue ...viajar pela leitura...
1 comentários:
É um livro importantissimo na história da literatura, marcando o período de afirmação da mulher na sociedade burguesa. Os anos 20 do século XX são anos de libertação e este livro é um testemunho histórico dessa mudança.
Pena é que, 80 anos depois as mentalidades não tenham continuado a progredir. Continuamos, em muitos sectores, a pensar como no século XIX.
Quanto ao livro em si, é uma leitura muito agradável. Pornográfico? Talvez real...
Enviar um comentário