Opinião:
A Mulher do Tigre de Téa Obreht vencedor do prémio Orange 2001 reflecte um conjunto de personagens cujos valores – amizade e tradições são tão importantes quanto a sua própria vida. É também uma narrativa que à medida que avança vai revelando histórias um tanto fantásticas, algumas chegam a ser mesmo hilariantes.
Natália (personagem principal) recebe no início da história a triste notícia da morte do seu avô. Assim, no seu regresso a casa com o objectivo de assistir ao funeral, vai recordando situações da sua infância e adolescência que tiveram grande influência do seu amigo agora falecido. Recordações carregadas de histórias únicas que devem ser lembradas e jamais partilhadas.
A guerra dos Balcãs é bastante referenciada. A influência que teve naqueles que a vivenciaram de perto, originando mudanças bruscas nas suas vidas, como só uma guerra sabe tão bem fazê-lo.
É de salientar que as reflexões de Natália sobre a vida, a sua profissão e a guerra, são também uma forma de chamar a atenção do leitor para realidades muitas vezes esquecidas.
Gostei desta leitura, os personagens estão bem construídos, a história é interessante e à maneira que se vai desenvolvendo vai tomando um rumo diferente do que estamos habituados, os lugares "visitados" fazem um apelo constante à nossa imaginação.
Sinopse:
Natalia é uma jovem médica que está destacada numa missão de solidariedade a um orfanato quando recebe a notícia da morte do avô, ocorrida em circunstâncias pouco claras. Ao lembrar-se das histórias que ele lhe contava na infância, convence-se de que o avô passou os últimos dias de vida em busca de uma das suas personagens. Tenta então, a par da missão que lhe foi confiada, compreender as motivações do avô e depara-se com uma pista que a conduz à extraordinária história da mulher do tigre. Realidade e mito, presente e passado sucedem-se nesta evocação sublime dos Balcãs pela mão de uma exímia contadora de histórias.
(Comentário também publicado no blogue viajar pela leitura)
0 comentários:
Enviar um comentário