Opinião:
Tenho este livro já há
uns 6 anos na estante por ler, mas ao ver os saldos da Presença, despertou-me
atenção a capa dizia-me algo, e fui ver se realmente o tinha ou ia aproveitar
para o comprar, mas sim faz parte da minha mini biblioteca, tirei para fora e
comecei a ler as primeira páginas, e já não o larguei.
Conta-nos a história de
Jennifer uma jovem de 24 anos que tenta suicidar-se, mas é salva, e tem que
enfrentar de novo a vida da qual queria fugir. Filha de pais divorciados, nunca
teve ligação com o pai, e acaba por
perder mãe de quem ela gostava muito quando esta é atropelada, também é
abandonada pelo namorado, levando-a a concluir que não está a fazer nada neste
mundo, pois perdeu as pessoas que mais amava, e não sendo uma pessoa com força
para resistir, resolve suicidar-se e
acabar com o seu sofrimento, mas vê essa sua tentativa falhada, encontra-se numa
cama de um hospital sem vontade de reagir para prosseguir em frente, e por isso
vai ter que ficar internada.
Até que surge a avó
materna Gabby, uma pessoa de idade e bastante doente, vinda de longe, mas com uma força de vontade
de viver tão grande que resolve resgatar a neta e não permite que seja
internada dizendo:
"Não
me escondi num sótão, nem saltei do comboio da morte de Hitler, ou escapei ao
braseiro infernal da Polónia para ver a minha neta fechada em qualquer asilo de
lunáticos"
Esta história a partir
deste momento torna-se maravilhosa, abre-nos os olhos para vida, através desta
força da natureza que é Gabby.
Uma pessoa que sofreu
na pele e muito na Segunda Guerra Mundial, ficou sem família, teve que se
esconder e fugir dos nazis, conseguindo sobreviver para contar a sua história, e mostrar à neta que existem outras pessoas que passaram por sofrimentos iguais ou piores.
E assim leva Jennifer
para a sua casa, responsabilizando-se por ela, escondendo tudo o que possa
levá-la a pensar num novo suicídio. Vão viver algumas “aventuras” bem
caricatas.
Mas faz muito mais do
isto, ela coloca os seguintes termos à neta, diz-lhe que:
“Tinham-lhe roubado a noção de lar a Gabby e destruído a sua inocência, deixando-lhe duas escolhas: desistir e aceitar a morte ou lutar pela vida.”E ela tinha optado por viver mesmo estando sozinha no mundo.
“Tinham-lhe roubado a noção de lar a Gabby e destruído a sua inocência, deixando-lhe duas escolhas: desistir e aceitar a morte ou lutar pela vida.”E ela tinha optado por viver mesmo estando sozinha no mundo.
O autor vai-nos levar numa
viagem maravilhosa entre Gabby e Jennifer, onde cada dia é um dia de aprendizagem e que
pouco a pouco vai conseguindo abrir-lhe o coração para vida, vendo que ela
começa a reagir e a gostar de viver, dizendo-lhe que escreva todos os dias num
bloco que lhe oferece:“Ouve
bem, Jeninifer, e lembra-te sempre disto. “Cada dia é uma dádiva.” Gabby diz-lhe
que se agarrou a pequenas coisas para viver por ex.: “Os cheiros dos cozinhados da mãe”, “a chuva a cair”, “o canto
matinal de uma ave”, “o próprio
coração a bater, recordando-lhe que estava viva”, “Mas a sua maior dádiva, a
neta...”
Um livro cheio de
sentimentos profundos, e de emoções, aprendizagens e lições de vida, de uma jovem com
a sua avó, uma narrativa muito bonita, que não nos deixa indiferentes e nos
leva a reflectir, gostei imenso.
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