28/03/2013

Os Guerreiros do Arco-Íris de Andrea Hirata



Opinião:
Gosto imenso de ler sobre outros Países, outras culturas e outros povos, portanto quando li a sinopse deste livro pensei “quero ler”.
Uma narrativa que me fez sorrir, rir, mas também me deu vontade de chorar ao mesmo tempo, partes que tocam profundamente e que se fica com uma tristeza imensa dentro do coração por saber que é real, tem um conteúdo tão rico, com grandes lições de vida para nós que pensamos que estamos mal ou que nada temos, quando lemos um livro destes é que vimos que não damos o devido valor às nossas coisas.

Uma história verídica onde dois professores voluntários, sem remuneração, Bu Mus e Pak Harfan conseguem através da sua enorme paixão pelo ensino manter uma escola aberta sem condições absolutamente nenhumas, e fazer sonhar e acreditar que era possível  serem alguém se estudassem. Eles acreditavam nas capacidades e potenciais ocultas em cada estudante, ou seja nos seus 10 alunos “Os Guerreiros do Arco Íris”, que mais pobres não podiam ser, mas que na sua inocência a escola era o sitio onde mais desejavam estar e onde se sentiam verdadeiramente felizes, apesar de todas as adversidades e intempéries para conseguir lá chegar, o caminho, o tempo, calor e chuva, os bichos,  ou mesmo pelas condições em que estudavam e aprendiam, a sala de aulas não se parecia com nada, mas isso nunca os fez demover de ir todos os dias aprender. Mesmo aquele aluno que tinha que percorrer de bicicleta  80 km ida e volta, enfrentar crocodilos ao passar um rio,  nunca faltava e era sempre o primeiro. Estas crianças só podiam andar nesta escola porque era livre, nas outras não seriam aceites, pois não podiam pagar, devido a serem pobres, e também não os queriam receber, que tristeza enorme.

Mas Bus a professora foi um exemplo de uma força da natureza, ao ensinar estas crianças, mesmo quando não tinha nada, como por exemplo giz, porque não havia dinheiro, levava-os para a rua e escrevia no chão como se fosse o quadro da escola, nada a demovia de ensinar e a eles de aprender, absorviam tudo o que lhes era transmitido. Todos os dias enfrentavam novos desafios. Cada dia era uma batalha travada e vencida.
Eles faziam tudo o que estava ao seu alcance para se ajudar mutuamente e manter sempre os 10 alunos para o governo não fechar a escola. A sua determinação é tão grande que eles vencem barreiras que jamais alguém pensaria que fossem capazes de ultrapassar. O seu optimismo é enorme que chega a ser contagiante.

Mesmo que depois de tanto esforço não conseguissem atingir os seus objectivos, pelo menos não podiam dizer que não tentaram. O autor conseguiu não criticar o sistema, ele acredita que em grupo e unidos por uma educação melhor podem ter mais oportunidades na vida. Mas devido à arrogância e ao grande egoísmo humano é que estas crianças foram tão marginalizadas.
A escrita do autor é tão fluída que embalamos por esta história sem dar pelas horas passarem, com personagens maravilhosas, únicas cada uma com a sua essência e carácter, o valor que é dado à educação nesta narrativa é enorme, um livro lindo, apaixonante, uma inspiração, que gostei imenso de ler. Recomendo sem dúvida alguma a sua leitura a todos, pois sei que ninguém ficará indiferente.

O jovem Ikal absorveu na sua mente as palavras de John Lennon que viu num jornal: “A vida é aquilo que nos acontece enquanto estamos ocupados a fazer outros planos!”

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