A dama do retrato de Maeve Haran

Opinião:

Aqueles que me conhecem sabem que sou apaixonada por romances históricos, um dos meus géneros literários preferidos, fascinam-me as histórias do passado, saber como as pessoas viviam, como se vestiam, o que comiam, como era o seu dia a dia, os escândalos na época, gosto de saber tudo isso. Não conhecia esta autora mas fiquei rendida à sua escrita.
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A história deste livro passa-se em Inglaterra no século XVII, numa época em que se estava a tentar restaurar a monarquia. Centra-se numa jovem que se destacou na corte, chama-se Frances Stuart e é dona de uma rara beleza, bastante alta em comparação com as outras raparigas, elegante, muito bonita, inocente, que aos dezasseis anos parte de França para a corte do Rei Carlos II, sua alteza apaixona-se perdidamente pela jovem e quis torná-la numa das suas amantes, ela faz furor não só pela sua beleza mas também pela sua personalidade única, torna-se rapidamente no centro das atenções, o Rei chama-a de 'La Belle Stuart’. Frances não é uma jovem qualquer além de bonita é inteligente, o que leva o Rei a ficar ainda mais obcecado, e a cortejá-la intensamente, vamos acompanhar tudo isso ao longo desta narrativa e como a jovem vai conseguindo resistir ao Rei Carlos II,  fica famosa pela sua constante recusa em se tornar amante do Rei durante alguns anos.
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É uma das damas de companhia da nova rainha, Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal, tornam-se cúmplices no drama da rainha que tenta engravidar e dar um herdeiro, nutrem uma forte empatia uma pela outra, é comovente ver em como a rainha está consciente da paixão do marido por Frances, mas trata a jovem com gentileza pois apercebe-se que a mesma resiste aos avanços amorosos de Carlos II. A jovem quer preservar a sua virtude e honra e não quer tornar-se amante do Rei, quer uma vida para si, apaixonar-se e casar. Mas será que ela vai resistir a seus avanços? Será que lhe consegue fazer frente?
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Por outro lado temos a grande paixão de Carlos II e a sua amante de longo prazo Barbara Castlemaine, que vai fazer a vida negra à jovem Frances tudo por ciúmes. Serve-se de todos os artificies para a prejudicar,  para ver se o Rei deixa de a cortejar e ficar só com ela. As cenas protagonizadas por ambas são espectaculares, mostram bem a rivalidade que existia na corte entre as amantes do Rei.

Pela primeira vez gostei de um Rei que se mostrou correcto, bondoso, com princípios, isto na época não acontecia, mas Carlos II demonstrou ter valores mais altos do que qualquer monarca na altura.

Frances apaixona-se por Charles Stuart Duque de Richmond, primo do rei e quando a sua esposa morre, ela acalenta a esperança de poder casar-se com ele, mas existe um problema ela não tem dinheiro não tem dote e sem isso não pode casar, além disso quem se atreve a cortejar a jovem que o Rei tanto quer para si?

Frances 'La Belle Stuart "foi considerada de tal forma bela que o Rei a escolheu para ser o rosto das moedas de Inglaterra, ficando assim imortalizada.  

Este romance fala-nos também do drama que foi a Grande Peste, a Guerra com a Holanda e também relata-nos o Grande Incêndio de Londres, que deixou a cidade devastada.
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Em suma é uma excelente narrativa, se gosta de intrigas, corrupção, traição este é o livro certo, com uma personagem feminina muito forte, determinada, que sabe aquilo que quer, com coragem para enfrentar o Rei, tudo isso fez com que ganhasse destaque na corte. A Dama do Retrato é um romance rico em cenários históricos,  cheio de detalhes e descrições sobre uma época nada fácil, gostei especialmente de alguns personagens, muito bem escrito, uma leitura que apreciei bastante, recomendo sem dúvida a todos os amantes deste género literário. Muito bom.