28/01/2014

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert, de Joël Dicker (opinião)



Opinião:
Muito curiosa em relação a este livro depois de tantas criticas favoráveis, e também sendo considerado “O Fenómeno literário do ano”, confesso que as primeiras 200 páginas não me agarraram, e já estava a pensar se seria só eu que não ia gostar do livro, mas depois foi daquelas narrativas em que o que custava era colocar de lado sempre que era obrigada a parar de ler.
Tudo gira em torno do desaparecimento misterioso de uma jovem de quinze anos Nola Kellergan, no Verão de 1975 na localidade de Aurora. Quando em 2008 descobrem o seu cadáver juntamente com o manuscrito do livro de Harry Quebert, no jardim da casa do escritor, este é acusado de ter morto a jovem e é preso, telefona ao seu único amigo, ex. aluno, o jovem Marcus Goldman também ele escritor para o ajudar, este está convicto da inocência de Harry, e tenta tudo para descobrir a verdade, instalando-se na casa do amigo começa a investigar em paralelo com a policia, coloca-se portanto a pergunta - Quem matou Nola Kellergan?
Apesar da amizade que os une Harry nunca mencionou o facto de que aos 34 anos estivera apaixonado por uma jovem de 15, o que seria muito grave para ele se as pessoas descobrissem, mas esta aproximação foi mágica para o escritor pois foi o impulsionador para que começasse a escrever de novo, foi a musa inspiradora.
Conforme as investigações vão decorrendo e todos os habitantes que na altura conheciam Harry e a jovem vão sendo interrogados, muitas verdades começam a vir ao de cima, mas será que as pessoas estão a contar a verdade dos factos ou encobrem outras coisas ou outras pessoas? São fulcrais os testemunhos na tentativa de reconstruir o que se passou com Nola, mas existe muita coisa escondida, o que faz com que o enredo dê voltas e reviravoltas, muitas vezes repetem-se as mesmas coisas o que poderiam tornar a narrativa cansativa, mas não, pelo contrário aviva-nos a memória de pequenos pormenores que deixámos passar nos capítulos anteriores.
E há medida que vamos avançando na história começamos a pensar quem era afinal Nola Kellergan? O autor lança-nos pistas com grande habilidade que nos leva a pensar e a suspeitar de vários personagens, mas estamos tão enganados, sempre cheio de surpresas, pistas falsas, de suspense é um livro que ao longo das suas quase 700 páginas numa escrita fluída nos embala sem darmos por isso, não se baseia só neste crime, também nos fala de escritores, de livros e do valor da amizade, não descansamos enquanto não sabemos afinal o que aconteceu a Nola Kellergan, quem era afinal esta jovem? Quem a matou? Qual foi o motivo? O que aconteceu naquele Verão de 1975 em Aurora no New Hampshire?  Quem foi o culpado ou culpados? As peças vão se encaixando lentamente umas nas outras, não é fácil pois quando estão convencidos que estão na pista certa tudo se desmorona de novo levando-os a outras conclusões, mas a persistência de Marcus apesar de ameaçado e do inspector Gahalowood, acaba por triunfar. Gostei do cenário desta narrativa, da localidade junto da praia, dos seus habitantes estranhos, onde tudo se enquadra nesta história, foi uma excelente leitura.

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