Opinião:
A
Rapariga dos Seus Sonhos, mais um livro protagonizado pelo
já bem conhecido Commissario Brunetti, após o funeral da mãe, é contactado por um padre que
conhece, Antonin
Scallon que denuncia o que pensa serem crimes de corrupção de outro clérigo, como sempre
Guido não reage muito bem nem se sente há vontade no mundo da religião.
Em paralelo o Commissario Brunetti e o
Ispettore Vianello, vão investigar a morte de uma menina de etnia cigana, uma
romeni, que aparece a flutuar no Grande Canal, o estranho é que ninguém
comunicou o seu desaparecimento, ninguém sabe quem é.
O post mortem indica
que foi afogamento acidental, mas outros indícios algo macabros durante a autópsia demonstram
tratar-se de um homicídio, o Commissario Guido como sempre não tem a vida facilitada
para investigar, pois pelo facto da jovem pertencer à etnia cigana, vai ter de
entrar e enfrentar a comunidade cigana, e tentar perceber quem são pais da
menina e porque de não terem comunicado o seu desaparecimento, uma situação
muito complicada. pois tal como noutros países também em Itália existem
preconceitos sociais em relação a outras etnias, assim como a etnia cigana não
deixa aproximar-se dos seus.
Não será uma
investigação nada fácil, mas por outro lado permitiu conhecer a vida dos ciganos em Itália, como são
tratados pelos italianos e pelo próprio governo.
O problema é que ao
remexer e tentar descobrir quem possa estar por detrás deste crime, vem ao de
cima segredos que não interessam a algumas pessoas que os mesmos sejam
desvendados. Mais uma vez a autora aborda a corrupção que existe no meio politico
e o próprio envolvimento da Máfia, que impedem muitas vezes que se faça justiça,
e deixem trabalhar as forças policias, existem muitos interesses por detrás.
Mas o Commissario
Brunetti e o Ispettore Vianello, investigam como sempre com o rigor do costume o crime, mesmo que não seja da vontade da
chefia que continuem a vasculhar, por sua conta e risco eles tentam sempre
chegar à verdade.
A autora
faz com que o leitor sinta sempre empatia por este Commissario e pela sua família, e
pela forma como investiga, sempre muito leal e interessado na procura da
verdade sobre os crimes cometidos, tentando ao máximo fazer justiça, independentemente da quem seja a vitima ou da
sua classe social.
E como acontece sempre
nos livros de Donna Leon, aliados à investigação de um crime, vamos embarcar numa visita guiada pela cidade
de Veneza, com pequenos vislumbres da vida italiana, dos seus costumes, da sua
gastronomia.
Mais uma vez com a sua simplicidade tão característica a autora traz-nos um enredo de mais um policial clássico envolvente, com suspense q.b.,
onde é sempre fascinante acompanhar Guido Brunetti nas suas investigações e a
sua vida pessoal, o que torna sempre a leitura dos seus livros tão cativante, e fãs da autora como eu vão de certo gostar.
Pode ler mais sobre o livro aqui
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