Opinião:
Li muito pouco sobre o
se passa na Coreia do Norte, sei que é um país onde existe ditadura, onde as pessoas são tratadas de
forma desumana, que mantém reféns em campos de trabalho, aqueles que ousem fazer algo que desagrade ao governo de ditadores implacáveis, têm de se cingir a um regime
imposto que viola os direitos humanos, são subjugados e governados por tiranos.
Mas ler em primeira mão
um relato de alguém que viveu, que esteve lá, é impressionante e revoltante ao
mesmo tempo, como é que é possível que neste século ainda se
permita que pessoas sejam subjugadas desta maneira?
Não têm vida própria,
não têm liberdade, são reféns dentro das próprias casas, pois não são livres de ter os seus
ideais, de pensarem, de fazerem o que querem, são controladas até ao ínfimo pormenor, nas escolas, no trabalho, tem que idolatrar uma pessoa
que vive na maior riqueza, mas que faz o seu povo passar fome, frio, não tendo
as condições básicas para sobreviver. Todos são vigiados, não conhecem nem
sabem o que se passa no resto do mundo, não tem acesso a nada, a TV passa
apenas aquilo que interessa a estes ditadores.
Esta jovem cresceu a pensar que
vivia num paraíso, no melhor país do mundo até que assistiu a barbaridades,
pessoas a passarem fome na rua, execuções públicas, que a fizeram pensar.
A sua fuga não foi
planeada, mas aos dezassete anos quando decidiu visitar o tio não sabia na carga
de trabalhos que se iria meter, regressar de novo a casa podia significar a
morte ou a reclusão num campo de trabalhos para ela e para a família
A sua coragem e
determinação em tirar a mãe e o irmão do país, torna esta história de sobrevivência
inspiradora para quem lê, ousou arriscar a vida ao sair de um regime comunista, dando-nos a visão, um vislumbre do que é
viver debaixo de uma das maiores ditaduras, de tiranos, a da família Kim e das consequências de ser um desertor.
Hyeonseo Lee é
uma lutadora, uma heroína, por denunciar o que se passa no seu país, apesar de receber ameaças anónimas, dá-nos através deste livro, um relato de vida, um testemunho impressionante. Recomendo.
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