Os Últimos Sete Meses de
Anne Frank
Willy Lindwer
Páginas: 276 + 16 com
fotografias
PVP: 16,99
Willy Lindwer, cineasta,
produtor e escritor holandês, é filho de pais judeus que passaram à
clandestinidade durante o regime nazi. Realizador de inúmeros documentários, o
seu trabalho mais célebre foca-se em questões relacionadas com o Holocausto e a
Segunda Guerra Mundial, tendo sido premiado com um Emmy pelo seu documentário
Os Últimos Sete Meses de Anne Frank, que deu origem ao presente livro,
recém-chegado às livrarias (Vogais).
A Vogais disponibiliza os
primeiros capítulos para leitura imediata, aqui.
O extraordinário diário
de Anne Frank tem vindo a comover milhares de leitores em todo o mundo, sendo
um testemunho pungente e humano da perseguição aos judeus durante a Segunda
Guerra Mundial. No entanto, sabe-se muito pouco da vida desta jovem após a sua
captura, a 4 de agosto de 1944, e posterior envio para os campos de
concentração. Como suportou ela a brutalidade do regime nazi? As respostas
são-nos dadas, neste livro, pelas mulheres cujas vidas se cruzaram com Anne
Frank em Westerbork, Auschwitz e Bergen-Belsen.
Ao realizar o
documentário Os Últimos Sete Meses de Anne Frank, Willy Lindwer ficou
impressionado com as entrevistas que realizou a seis mulheres que viveram e
partilharam com Anne Frank os dias de horror nos campos de concentração nazis.
Lindwer decidiu publicá-las integralmente, dando origem ao livro Os Últimos
Sete Meses de Anne Frank.
Cada uma das seis
entrevistadas tem uma história extraordinária para contar - exemplos de um
terror inimaginável, mas, simultaneamente, histórias de coragem e compaixão. Ao
relatarem as suas memórias, as mulheres sujeitaram‑se a um enorme stress
emocional e psicológico. A vida de Anne Frank terminou pouco antes do seu décimo
sexto aniversário. Estas mulheres tiveram mais sorte. Sobreviveram.
Anne Frank tornou‑se um dos símbolos mais
conhecidos dos judeus assassinados na Segunda Guerra Mundial. O seu diário,
escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, enquanto estava
escondida no «Anexo», foi publicado em mais de 50 países. Inspirou inúmeras
adaptações para teatro, cinema e televisão. O Anexo, ele próprio, é agora um
museu, atraindo centenas de milhares de visitantes de todo o mundo.
Era inevitável que a
imagem que emergiu do diário fosse romantizada por um vasto público,
especialmente pela geração nascida depois da guerra. Muitas dessas pessoas
leram as histórias que Anne escreveu durante um dos períodos mais trágicos da
nossa história. Anne tinha 13 anos nessa altura e 15 quando morreu.
A 1 de agosto de 1944,
terca‑feira, Anne Frank
escreveu a última carta no seu diário. A 4 de agosto, o SD (Sicherheitsdienst,
Serviço de Inteligência Alemão] invadiu o Anexo, no n.º 263 da Prinsengracht.
Todos os que lá estavam escondidos foram presos. Os escritos terminaram aqui.
Ao longo dos anos, pouca atenção foi dada à vida de Anne depois de ser presa e
deportada. Não se fez uma pesquisa detalhada e, nalguns casos, as escassas
fontes existentes contradiziam‑se
umas às outras. Assim, pouco se sabia sobre os sete últimos e fatais meses da
sua vida, ou sobre como ela suportou o amargo sofrimento de Westerbork e
Auschwitz‑Birkenau.
Anne morreu de doença, fome e exaustão em Bergen‑Belsen, em março de 1945 — poucas semanas
antes da libertação.
Estes relatos são
necessários. O fascismo, o nazismo, a discriminação racial e o antissemitismo
ainda existem — até a autenticidade do diário chegou a ser questionada. Por
estas razões, muitas das testemunhas dispuseram‑ se a contar as suas histórias. Quiseram
expor as feridas causadas pelos nazis e, talvez com isso, combater a injustiça
onde quer que ela exista.
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