«Bowie não representa
apenas inovação em nome próprio, ele simboliza a modernidade no rock, enquanto
expressão em que a palavra, a arte, a moda, o estilo, a sexualidade e a crítica
social são apenas uma.» - Rolling Stone
«Divertido, comovente e
perversamente sagaz.» - Billboard
O mundo da música mudou
para sempre a 10 de janeiro de 2016. Apenas dois dias depois da edição de Blackstar,
o último álbum de David Bowie, a notícia da morte do artista londrino
provocou uma perturbadora surpresa entre fãs, admiradores e conhecedores da sua
música. Foi quase tão chocante como a sua carreira, feita de experimentalismos
sonoros, de ruturas e de um modernismo avassalador.
Em Sobre Bowie (Vogais
l 224 pp l 15,98€), Rob
Sheffield, crítico e editor da Rolling Stone desde 1997, partilha as
suas observações e emoções mais intensas numa viagem pessoal, mas abrangente,
pela vida e obra do músico britânico.
O planeta Terra está
muito mais sombrio sem David Bowie, a maior estrela de rock que alguma vez
passou neste ou em qualquer outro mundo. Ele era o vadio mais excitante, o
vagabundo mais esquivo, a estrela mais bela a alguma vez ter gritado «Não estão
sozinhos!» a uma plateia repleta dos miúdos mais solitários do mundo. Era o
mais humano e o mais alienígena dos artistas de rock, enfrentando sem receio o
incomum, comunicando com o freak que existe em qualquer um. Ele fitava-nos, nos
olhos ansiosos de adolescente, para que soubéssemos que tínhamos rasgado o
vestido e que a nossa cara estava uma miséria, mas que, no entanto, era
precisamente por isso que triunfávamos. Independentemente do Bowie que mais
adorássemos — o starman glam, o baladeiro elegante, o arquiduque de Berlim —,
ele fazia-nos sentir mais corajosos e mais livres, e era por isso que o mundo
nos parecia diferente depois de ouvirmos Bowie. A nave espacial deste homem
sempre soube qual o caminho a seguir. -
Rob Sheffield
EXCERTO
Bowie também arranjava
alguma publicidade ao liderar uma organização chamada Liga para a Prevenção da
Crueldade contra os Homens de Cabelo Comprido. Fez com que fosse falado nos
jornais, mas não com que aparecesse nos tops. Depois de o seu cabelo tê-lo
afastado do programa pop da BBC Gadzooks! It’s All Happening, conseguiu
protagonizar uma polémica suculenta nos tabloides. O produtor estava por dentro
da tramoia, claro (mais tarde garantiu que a ideia fora sua), e forneceu à
imprensa citações revoltadas, prometendo cancelar a atuação dos Manish Boys a
menos que o cantor cortasse as melenas. No Daily Mirror, sob a manchete «Discussão
por Causa do Cabelo de Davie», o artista declarava: «Não cortaria o meu cabelo
pelo primeiro-ministro, muito menos pela BBC. A minha namorada também não gosta
do meu cabelo. Talvez seja porque, quando estamos juntos, eu seja convidado
mais vezes do que ela para sair.»
SOBRE O
AUTOR
Rob Sheffield é
editor da Rolling Stone, onde tem escrito sobre música, televisão e
cultura pop desde 1997. Sheffield é igualmente autor dos bestsellers
internacionais Love Is a Mix Tape, Talking to Girls About Duran Duran e Turn
Around Bright Eyes. Sobre Bowie é o seu livro mais recente. Vive com a
mulher em Brooklyn. Saiba mais em: www.robsheffield.com
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