Opinião:
Já li tantos livros sobre o Holocausto, sobre Auschwitz,
e apesar de saber que existe tanta coisa ainda por contar, não estava a contar ser surpreendida, mas eis que surge um
livro que me desconcertou.
A autora Affinity Konar,
inspirou-se em testemunhos reais, e escreveu este livro, com factos que pessoalmente desconhecida, não sabia que numa parte dos campos de
concentração tivessem feito experiências
com crianças, cujo o interesse recaía em especial sobre gémeos, e essas experiências médicas
praticadas foram um acto inqualificável, não existem palavras para descrever tal barbaridade, ficavam confinados numa enfermaria que tinha o nome de Zoo de
Mengele, titulo esse que diz tudo, crianças que foram cobaias de um louco, um ser
ignóbil
apelidado de o Anjo da Morte.
E a diferença deste livro,
de outros que li, reside precisamente em que a autora em vez de aprofundar
sobre Auschwitz, aprofunda sim o sentimento de duas crianças que foram sujeitas a
tais atrocidades.
Narrado a duas vozes
pelas protagonistas, as gémeas Pearl e Stasha, entramos num mundo que tem tanto
de chocante, quanto de belo, gémeas que vão perdendo a sua identidade, através
dos horrores a que são sujeitas, elas e tantas outras crianças, por
isso é impressionante como no meio de tamanha crueldade, inimaginável, ainda
assim conseguiam no seu imaginário ter esperança de
sobreviverem, conseguiam através de pequenas coisas ver uma luz ao fundo
do túnel, encorajando e dando força uns aos outros.
Sim, trata-se de um livro
sobre um
tema pesado, sombrio, triste, perturbador, mas foi tratado pela autora com uma
subtileza que nos reconforta, apesar dos horrores que narra, torna-se ao mesmo
tempo belo pela forma como é narrado.
Tal como mencionei já li muito
sobre as atrocidades cometidas durante este período negro da história da
humanidade, e é certo que vou continuar a fazê-lo, pois, tais actos não devem
ser repetidos em gerações vindouras, por isso recomendo sem reservas este excelente livro A Outra Metade de Mim.
Leiam, pois é importante não deixar cair no
esquecimento...
«Uma narrativa
extraordinária desde a primeira até à transcendente última página.» David
Wroblewski, autor de A História de Edgar Sawtelle.
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