Confesso que sou um mero aprendiz de poesia; nunca foi o meu "forte" mas nos últimos tempos tenho procurado inspiração para lhe "apanhar o gosto".
Hoje de manhã dei de caras com um poema que me impressionou; não conhecia o poeta nem a escrita. E devo dizer que fiquei maravilhado.
E onde encontrei eu esta preciosidade? No exame de Lingua Portuguesa do 9º Ano de Escolaridade. Desta vez o Ministério de Educação tem boa nota. Mas só desta vez :)
E onde encontrei eu esta preciosidade? No exame de Lingua Portuguesa do 9º Ano de Escolaridade. Desta vez o Ministério de Educação tem boa nota. Mas só desta vez :)
O poema chama-se "Para escrever O Poema", de Nuno Júdice.
O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.
O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.
Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.
Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.
Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.
A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.
E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.
E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.
e o pássaro foge-lhe do verso.
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.
O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.
Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.
Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.
Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.
A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.
E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.
E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.
Nuno Júdice
1 comentários:
Não conhecia nem o poema, nem o poeta :) adorei esse poema. Obrigado pela partilha.
Fez-me lembrar um de José Luís Peixoto que acabei também partilhando aqui no Destante :P
Paula
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