Saio de casa, reservo o tempo necessário para chegar à hora anunciada, caminho devagar, pedras conhecidas, muitas vezes só, são neste momentos que presto mais atenção as pedras e ao caminho, noutros dias vou com a telefonia agarrada aos meus ouvidos, ai distraio-me com outros "vagabundos", que penso irem para o mesmo local que eu procuro.
Ao longe avisto a última rotunda, calco a passadeira, uma multidão espera-me, dispersos pelo espaço, penetro na multidão, unos ficamos, indivisos aguardamos outros errantes, até nos sentirmos completos.
Caminho agora por entre o seio desta "família" sinto os odores libertados pelos seus poros corporais, procuro afastar-me dos mais dolorosos tento encontrar o dono e seguir esse odor mais estável.
À entrada sinto o cheiro da relva cortada e regada nesse mesmo momento as cavidades nasais dilatam para sorverem um perfume com uma intensidade muito verde, o sol aquece-me o rosto e cega-me por breves instantes tal a sua intensidade e brilho.
Meio atordoado e com uma visão muito reduzida, questiono ...O que é aquilo... e oiço, doce e suave, ...são as nossas rosas, rosas vermelhas...
Não eram, rosas, mas vestiam de vermelho.
1 comentários:
Olá Ângelo, parabéns pelo texto. Adorei :)
Paula
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