Em "Noites Brancas”, Dostoievsky adopta um cenário romântico e de solidão em São Petersburgo.
Há todo um questionamento relativo à beleza da noite perante o egoísmo e irritação dos homens.
A solidão é abordada de forma abrangente, uma vez que o personagem principal sente esta solidão, não só por não ser correspondido no amor, mas principalmente porque se sente à parte da sua sociedade.
Uma sociedade que, segundo o seu pensamento, foge e se afasta propositadamente dele.
Nesta, como em outras obras do autor, temos um quarto onde o personagem principal vive e que demonstra o seu estado de espírito: espaço escuro, pintura das paredes estragada, estando num canto uma teia de aranha.
O enredo desenvolve-se em quatro noites, numas das quais, o nosso personagem apaixona-se perdidamente por Nástienka, ela também só e com um passado triste e assombroso. Por momentos, há o alimentar de um sonho que parece vir a tornar-se realidade, mas no último instante tudo se desmorona e desvanece.
O sonho é aqui abordado com grande importância, pois é impulsionador da felicidade, este sobrepõe-se à sua vida real que é de cor cinza, fria e de solidão. No entanto é também visto como um veneno, um veneno que ilude.
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Esta é uma excelente leitura, uma leitura que aconselho.
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Opinião também publicada no blogue http://viajarpelaleitura.blogspot.com
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