É muito difícil fazer um comentário a este livro. Porquê? Porque fiz dele uma leitura muito pessoal e quando assim é, pouco resta para dizer aos leitores de um blogue. Por outras palavras: quando um livro nos fala tão de perto, nos atinge como uma bala, nos mexe nas profundezas da alma, fica uma espécie de pudor que nos encaminha para a interiorização…
É um livro notável. Não é uma obra-prima; o seu estilo é simples, algo ingénuo até, como seria de esperar de um escritor tão jovem (25 anos). Mas o que falta em grande qualidade literária sobra em emoção e em sentimento.
Alice é uma jovem vítima de um acidente de esqui, aos sete anos, numa altura em que o pai a forçava a praticar esse desporto, sonhando fazer dela uma atleta de alto nível. Mas esse acidente marcará indelevelmente toda a sua vida…
Mattia é uma criança muito inteligente e feliz até que um terrível acidente acontece com a irmã gémea deficiente. A culpa persegui-lo-á e a sua vida ficará irremediavelmente determinada por isso.
Alice e Mattia serão sempre como os números primos: sempre perto um do outro sem que nunca se toquem. Como o onze e o treze; o dezassete e o dezanove. Há amores assim; amores distantes embora próximos; infelizes embora profundos…
É um livro de uma sensibilidade tremenda, um livro triste mas profundamente real; um livro simples mas que aborda o amor de uma forma muito profunda.
(também publicado em http://aminhaestante.blogspot.com/ )
1 comentários:
Conseguiram deixar-me com uma vontade imensa de ler o livro. Amanhã, A Solidão dos Números Primos, vai estar na mesa de cabeceira :-)
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