25/02/2011

Resultado do Passatempo "A Rainha Vermelha" de Philipa Gregory

O blogue e a Civilização Editora agradecem os 41 participantes do passatempo "A Rainha Vermelha" de Philipa Gregory
A Vencedora do passatempo é
Andreia Isabel Oliveira da Silva
Aqui fica o seu texto:
Liberdade
Era de noite. Noite escura, terrivelmente assustadora e pavorosa. Isabel tinha apenas 10 anos. Era apenas uma menina. Mas não era uma menina como as outras. Era uma princesa. E uma princesa não é uma menina normal. Tinha de se comportar como tal, como a sua posição mandava e era isso que ela detestava na sua vida. Estava prometida a um príncipe de uma terra tão longe que ela nem a sabia localizar no mapa que havia no castelo. Ela não queria casar. Não queria. Porque é que as pessoas todas se tinham de casar para serem felizes? Ela não acreditava nisso. Ela era feliz assim. Sem um marido para cuidar e amar. Ela não queria. E por isso fugiu. Fugiu de noite, enganando os guardas e todos aqueles que abdicavam do sono para guardar o sono dela. E fugiu. Correu por entre as árvores com medo de tropeçar nos troncos escondidos pelas trevas nocturnas. Correu e nem se deu ao trabalho de ver para onde. Simplesmente correu. Pensava no pai, o Rei, e no que ele iria sofrer por ela. Ele não demonstrava muito os sentimentos, mas ela sabia que ele gostava muito dela. E ela dele. Só não aceita nem vai aceitar que ele a tenha oferecido de mão beijada a alguém que ela se recusa a conhecer e muito menos a amar. Sabia que o pai era amado por uns e odiado por outros. Henrique, era o nome do pai. Ela não queria casar. Mas gostava de um dia, ter um filho, e dar-lhe o nome do pai. Riu-se quando se lembrou deste facto. Para ter filhos, era condição necessária casar. Era a ordem natural das coisas. Se a tentasse inverter seria queimada numa fogueira ou o seu pescoço iria conhecer a forca mais próxima. Ela gostava de ser princesa. Mas queria escolher o futuro dela. Queria ter voz. Dizer o que queria e o que não queria. E amava muito o pai. Se amava. Mas não queria casar. Isso era ponto assente. Correu, correu e correu o mais que pôde e o mais que os pulmões conseguiram ventilar, até parar, estafada, suja e arranhada. “Não vou voltar para trás. Desculpa papá”. E assim, avistando as ameias do castelo, continuou a correr, pedindo às pernas que tivessem a mesma convicção que ela sentia a pulsar-lhe nas veias.
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Parabéns à vencedora e boas leituras ;)

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