06/03/2011

Manhãs Gloriosas - Diana Peterfreund 5ª Leitura Conjunta do Blogue

Seguem-se os comentários da nossa 5ª leitura conjunta do livro "Manhãs Gloriosas" de Diana Peterfreund.
Atenção, alguns comentários contêm Spoilers.
Sinopse:
Notícia de última hora: a ambiciosa produtora televisiva Becky Fuller é despedida de um programa matinal de Nova Jérsia e a sua carreira começa a parecer tão deprimente como a sua vida amorosa. Desesperadamente necessitada de um emprego, mas ainda assim cheia de um optimismo sem limites, Becky promete assentar bem os pés na terra e depara-se com uma oportunidade no Daybreak, um programa matinal que é gravado em Nova Iorque. Os péssimos níveis de audiência são apenas a ponta do icebergue: os produtores executivos raramente sobrevivem ao intervalo publicitário seguinte e as câmaras antiquadas deviam estar num museu. Prometendo ao director da cadeia televisiva que é capaz de reverter a espiral descendente, Becky faz ao lendário apresentador Mike Pomeroy uma oferta que, por contrato, ele não pode recusar. Acrescente Pomeroy com êxito à equipa, mas ele recusa-se a participar nas reportagens mais lamechas de Daybreak e em rubricas sobre celebridades, meteorologia, moda e artesanato. Além do mais, antipatiza imediatamente com a sua igualmente difícil co-apresentadora, Colleen Peck, e tempos vencedora de um concurso de beleza. A única alegria na carreira de Becky é Adam Bennett, um colega produtor maravilhoso, mas a alucinação de Daybreak vem dificultar o seu incipiente romance. À medida que a química entre Mike e Colleen no ar se torna mais explosiva a cada dia, Becky é forçada a lutar para salvar a sua vida amorosa, a sua reputação, o seu trabalho, e, finalmente o próprio Daybreak.
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Comentário do Ângelo:
Penso que a sinopse deste livro retrata e ilustra bem o que o livro pretende mostrar ao leitor. Becky Fuller, uma produtora que ambiciona ser produtora executiva numa estação de TV, local, New Jersey, onde trabalha no programa Good Morning, vê chegar essa oportunidade com a reestruturação da empresa, para sua surpresa essa reestruturação passa pelo seu despedimento. O seu sonho de ter o "seu" programa, acabou em segundos; tinha deixado de estudar, deixado de ter vida própria para viver esse sonho e agora era substituída por um jovem licenciado com nome de "Chip".
Becky é convidada a ser produtora executiva, um sonho concretizado, no programa matinal Daybreak do canal IBS, um programa de um canal a nível nacional e não local. Becky sai então de New Jersey, produtora local para Manhattan, epicentro mundial, para ser produtora executiva. Com um salário muito "português" e com níveis de audiência lastimáveis, Becky sonha elevar o Daybreak a um patamar glorioso, concorrendo com os outros programas nacionais. Encontra aqui Lenny que já fora produtor executivo do programa mas que para manter o seu emprego mantém-se como produtor do mesmo programa, Lenny irá ajudar Becky na sua integração no Daybreaks bem como na IBS. No seu primeiro dia no Daybreak, Becky, despede o co-apresentador do programa, vendo-se assim com mais um problema em mãos, ter de arranjar um co-apresentador para apresentar o seu programa com a antiga miss Collen Peck, a escolha recai sobre Mike Pomeroy, ídolo de Becky, mas um jornalista noticioso, não jornalista de mexericos, e de difícil trato. Entre estes problemas Becky conhece Adam Bennet com quem trava um relacionamento amoroso, mas este relacionamento é posto em causa pois Becky não consegue desligar-se do seu programa, tudo gira em torno do Daybreak para Becky. Como um azar nunca vem só os problemas com os apresentadores agravam-se, Collen e Pomeroy, começam a sua viagem pelos insultos e despiques entre os dois, que nada agradam aos patrões de Becky. As suas fortes personalidades, contrastando com a precária personalidade de Becky, chocam entre si e Becky não se impondo vai tentando remediar esses confrontos até os conseguir virar a seu favor. O livro pouco descreve as personagens, deixa para o leitor, apenas, uma vaga ideia... Becky é uma personagem central sem brilho, sem complexidade, sem carisma e todo o livro gira em torno desta descaracterização das personagens. Contem muitas referências ao dito sonho americano, ao que estão a passar jovens que trabalham para um sonho em deterioramento de tudo em deterioramento das suas vidas e depois são substituídos por jovens licenciados com os mesmos sonhos. Chega o passar uma tangente a um "fairytale" o adocicar do homem severo que se deixa converter pela jovem executiva, o lado bom do humano que sempre fora frio e intransigente. Um toque ao coração. As aventuras amorosas de Becky, numa inversão da bela e o monstro, uma relação no seu nó que nem ata nem desata, tentativas de deixar o leitor preso nessas aventuras e tentar desvendar o deu desfecho. O superar os obstáculos, todos os obstáculos, impostos a Becky, até chateia e parece tornar a vida uma coisa sem sal. Um livro sem dúvida para um Blockbuster de Hollywood. Um livro para um filme onde o único Oscar é o chefe que despede Becky. Um livro de leitura muito fácil, divertido na sua essência, honestamente não me deixará saudades, mas que forma momentos de pura descontracção na sua leitura, foram.
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Comentário do Manuel Cardoso:
Myzon.tv é um canal da grelha digital da Zon. É o canal zen da Zon. A programação é algo peculiar: uma câmara filma uma paisagem natural, por exemplo uma praia deserta numa ilha tropical onde nada acontece a não ser o soprar do vento e um ou outro pássaro de passagem. O telespectador pode escolher, para acompanhar a imagem, uma música relaxante, os sons naturais ou um texto zen lido numa voz suave. O livro Manhãs Gloriosas fez-me lembrar este canal de televisão. Porquê? Porque nada acontece. Nada. Não se deduza da comparação que acabo de fazer que o referido canal da tv cabo é uma inutilidade sem interesse. Pelo contrário; o que se pede a um canal zen é que seja mesmo assim: feito de paz e sossego. Mas a um livro pede-se exactamente o contrário: que perturbe os espíritos, que transmita ideias inquietantes e faça o coração bater mais depressa. Neste livro não acontece nada disso; apenas páginas e mais páginas de diálogos estéreis, acontecimentos banais e ideias ocas. Ia dizer que o enredo está cheio de clichés. Ia dizer asneira. A verdade é que o livro todo é um imenso cliché. Um lugar-comum gritante, feito da história mil vezes contada da jornalista incompreendida que é despedida injustamente, sendo posteriormente contratada por outra empresa onde faz um sucesso enorme, após ter enfrentado colegas invejosos e traições de telenovela. Para completar o ramalhete não podia faltar a paixão assolapada pelo jovem brilhante e encantador, o príncipe encantado das estórias cor-de-rosa. Trata-se de um romance tipicamente americano, escrito para entreter pessoas pouco exigentes na leitura, que exijam coisas bem simples e lineares. Não há uma única ideia original, não há um único traço que distinga este livro dos mais vulgares romances de cordel. Antes de virar cada página podemos facilmente tentar adivinhar o que vai acontecer a seguir e acertamos sempre. No entanto, nem tudo é mau neste livro: ele tem uma qualidade muito apreciável como entretenimento; lê-se sem qualquer esforço e muito depressa. Podemos até distrair-nos durante várias páginas que voltamos a “apanhar o fio à meada” sem qualquer dificuldade. Este livro pode até ser muito útil naquelas fases em que precisamos de descansar o espírito. Aqui chegado o meu raciocínio até descubro que, no fundo, pode cumprir a mesma função do canal zen; podemos ler o livro como quem vê uma paisagem agradável. Porque no fundo a “paisagem” do livro até é engraçada: conseguimos imaginar uma mulher bonita que produz um programa de televisão, apresentado por uma outra mulher bonita com um encantador mau génio e um jornalista da velha guarda que imaginamos como uma espécie de Mário Crespo. O problema é que não saímos disto a não ser no final feliz que todos prevemos e esperamos desde as primeiras páginas. Resta-me pedir desculpa ao amigo Luís por ter feito um comentário tão desagradável a um livro escolhido por ele mas ficamos com a consolação de não ter sido ele a escrevê-lo. .
Comentário da Di:
This novel begins with a young television producer named Becky Fuller, who after her years of flawless dedication and hard work to a local morning show, is unexpectedly fired. Fuller, who never completed her college education, finds herself with a less than impressive resume, being rejected left, right and centre, making her that all around likeable character readers can empathize with. I was up all night with an ugly flu, so I picked up this book and found myself finishing it that very night. It was a quick read and I found myself laughing aloud quite a few times throughout the book. Fuller has her work cut out for her when she finds herself taking a new position and moving to Manhattan, into a shoebox of an apartment and a new job that comes with half the salary she was making in New Jersey. At first glance, her devotion and dedication to her work brings most people around her to find her naïve and a little on the nutty side, but she proves them all wrong when she manages to bring her show new ratings as well as up and out of the gutter. Overall, if you find yourself wanting a quick and funny read with engaging characters, this book will deliver. .
Comentário da Paula:
Este foi um livro que realmente não me convenceu. Até pode ter dado um excelente filme, mas como livro, na minha opinião, não vale muito. Uma comédia, com personagens não muito “trabalhadas”e os factos são todos abordados superficialmente. Não desisti da leitura, devido à leitura conjunta. A narrativa aborda o tema do desemprego e de como as pessoas lidam com isso. No centro da história está Becky que se vê desempregada no dia que pensa que obterá uma promoção no emprego. Após ficar desempregada por um período de tempo, Becky consegue um lugar no DayBreak, um programa destinado a publicitar futilidades do dia-a-dia cujas audiências são quase nulas. Assim, a personagem principal, desafia tudo e todos e consegue realmente obter sucesso no programa. O final é precisamente aquilo que se espera que seja, sem surpresas, sem dilemas, totalmente previsível e sem interesse!
Não gostei!

10 comentários:

Unknown disse...

Colegas, isto é que foi dar "porrada" neste livro :P
Paula

Anónimo disse...

Olá
estava a estranhar a demora dos vossos comentários e sinceramente pensei cá para comigo:andei a fazer o esforço de levar o livro até ao fim e afinal não há comentários!
Vocês conseguem escrever comentários interessantes dum livro tão pobrezinho.
É um livro em que de certeza nunca mais vou pegar para nada,nunca vou recomendar a ninguém e só acabei de ler por causa aqui desta troca de impressões que adoro.Estou sempre curiosa de ler os vossos comentários.
Não gostei do livro que não me trouxe nada de novo.

Até ao próximo.
Qual vai ser?
Um abraço para todos
Isabel

Unknown disse...

Para a primeira escolha de leitura conjunta, não foi muito feliz. Prometo que quando chegar novamente a minha vez, terei mais rigor na escolha. Porque um dos pressupostos na escolha deste livro, era proporcionar um momento de descontração, fugindo à rotina do percurso formatado. Não direi que tivesse gostado especialmente do livro... Talvez uma leitura boa para um determinado dia em que nos apetece pensar pouco.
Li com atenção os vossos comentários, concordo com a generalidade dos mesmos. Prometo que para próxima leitura conjunta participarei com os comentários a tempo de horas. :(

manuel cardoso disse...

Luis, pior fiz eu, que quando foi a minha vez escolhi um livro bem chato. Este, pelo menos, descontrai e lê-se depressa.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Isabel, desta vez escolhes tu o próximo livro da leitura conjunta :)
Envias-me um mail com a proposta. Pode ser?
Abraço.

Paula

Anónimo disse...

Eu?!!!!
Bom, é mais fácil "criticar" que escolher...
Mas se falas a sério,vou escolher um.
O mail é este do Destante?

(Entre as pilhas de livros que tenho para ler, não vai ser difícil escolher.)
Um abraço
Isabel

Unknown disse...

Isabel, sim pode ser este do destante, tem é de ser um título que exista em Inglês para a Diana poder participar :D
Abraço.

Unknown disse...

Ângelo,
"O livro pouco descreve as personagens, deixa para o leitor, apenas, uma vaga ideia... Becky é uma personagem central sem brilho, sem complexidade, sem carisma e todo o livro gira em torno desta descaracterização das personagens"

Vou fazer partes de "leitor Chique" digamos que é um livro sem contúdo :P

Paula

Unknown disse...

Exactamente, Paula: não deixa de ser um livro divertido ;)