Estou a criar este tópico na sequência de uma discussão havida no blogue Viajar Pela Leitura, a propósito da necessidade, segundo alguns, de uso de linguagem da época no romance histórico.
Tenho uma especial predilecção por este género literário e essa questão do tipo de linguagem usada é muito discutível.
Tenho uma especial predilecção por este género literário e essa questão do tipo de linguagem usada é muito discutível.
Penso que o seu uso torna a leitura mais interessante. Mas penso que é uma questão secundária.
Por vezes, essa fidelidade à época surte efeitos interessantes. Lembro-me, por exemplo, de um romance português intitulado "A demanda de D. Fuas Bragatela" que, em termos literários não é nada de especial mas que me encantou especialmente pela linguagem fiel à época.
Quero eu dizer que este recurso, por vezes, faz com que um livro com menos qualidade se torne uma leitura agradável. Penso que é o que acontece com Gregory. Os seus romances são (NA MINHA OPINIÃO) globalmente fracos (não consegui terminar a Raínha Vermelha); no entanto, a linguagem, fiel à época e muito simples é agradável.
Quanto aos grandes clássicos do género, é bem verdade que nenhum deles recorre à linguagem da época. Para citar os que já li, nenhum deles usa linguagem da época e nem por isso deixam de ser obras primas. Alguns exemplos que aponto de memória:
-Guerra e Paz de Tolstoi
- O Nome da Rosa, de Umberto Eco.
- Baudolino, de Eco também.
- O Cemitério de Praga, ainda de Eco
- Os Miseráveis de Victor Hugo
- Nossa Senhora de Paris (ou O Corcunda de Notre Damme), do mesmo autor
- Memorial do Convento, de Saramago (embora neste caso haja uma mescla de termos da época com a linguagem própria de Saramago).
- O Físico de Noah Gordon.
É óbvio que isto também tem a ver com a época a que se refere o texto. Por exemplo, naqueles que penso ser os melhores romances históricos dos últimos anos em Portugal, Afonso Henrique, o Homem e D. Dinis, de Cristina Torrão, seria muito difícil sustentar uma linguagem fiel à época. Seria impossível colocar o D. Afonso Henriques a falar galaico, até porque ninguém seria capaz de reproduzir com toda a fidelidade esse dialecto, que se perdeu, diluído entre o Português e o Castelhano.
Por vezes, essa fidelidade à época surte efeitos interessantes. Lembro-me, por exemplo, de um romance português intitulado "A demanda de D. Fuas Bragatela" que, em termos literários não é nada de especial mas que me encantou especialmente pela linguagem fiel à época.
Quero eu dizer que este recurso, por vezes, faz com que um livro com menos qualidade se torne uma leitura agradável. Penso que é o que acontece com Gregory. Os seus romances são (NA MINHA OPINIÃO) globalmente fracos (não consegui terminar a Raínha Vermelha); no entanto, a linguagem, fiel à época e muito simples é agradável.
Quanto aos grandes clássicos do género, é bem verdade que nenhum deles recorre à linguagem da época. Para citar os que já li, nenhum deles usa linguagem da época e nem por isso deixam de ser obras primas. Alguns exemplos que aponto de memória:
-Guerra e Paz de Tolstoi
- O Nome da Rosa, de Umberto Eco.
- Baudolino, de Eco também.
- O Cemitério de Praga, ainda de Eco
- Os Miseráveis de Victor Hugo
- Nossa Senhora de Paris (ou O Corcunda de Notre Damme), do mesmo autor
- Memorial do Convento, de Saramago (embora neste caso haja uma mescla de termos da época com a linguagem própria de Saramago).
- O Físico de Noah Gordon.
É óbvio que isto também tem a ver com a época a que se refere o texto. Por exemplo, naqueles que penso ser os melhores romances históricos dos últimos anos em Portugal, Afonso Henrique, o Homem e D. Dinis, de Cristina Torrão, seria muito difícil sustentar uma linguagem fiel à época. Seria impossível colocar o D. Afonso Henriques a falar galaico, até porque ninguém seria capaz de reproduzir com toda a fidelidade esse dialecto, que se perdeu, diluído entre o Português e o Castelhano.
1 comentários:
Concordo Manuel que seria de todo impossível, em certo livros, ter uma linguagem da sua época (não impossível literário mas se, sentido prático para o leitor), mas que seria de nós ler Machado de Assis num português actual? Até mesmo um Erico Verissimo (a nossa primeira leitura conjunta) soaria diferente com uma revisão actual.
Eu gosto de ler romances históricos com um pé colocado onde a história nos quer levar, uma pitada de sal não faz mal e pode fazer a diferença.
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