Insurreição é o primeiro volume
da nova trilogia de Robyn Young. A autora já me deixara positivamente
impressionado com a sua obra de estreia – a trilogia “A Irmandade” – onde
escreve sobre um tema que mexe com o meu imaginário (e se calhar de muita
gente) – os Templários.
Em “A Irmandade”, Robyn Young
escreve sobre a fase de declínio da Ordem dos Templários, desde as últimas
derrotas dos cruzados, a perca do seu último bastião na Terra Santa, até ao
regresso à Europa e à ordem de prisão dada por Filipe IV, rei da França, a
todos os seus membros. O regresso à Escócia do personagem principal dá-se numa
altura em que começam a surgir os primeiros focos de rebelião contra o rei
Eduardo II de Inglaterra. É precisamente sobre a luta da Escócia pela
independência que trata esta sua nova trilogia. A autora quis fazer um paralelismo
entre os dois acontecimentos, nos quais a mesma personagem participaria mas,
quanto mais investigava, mais se dava conta de que uma personagem se destacava
de todas as outras e chegou à conclusão de teria que escrever um romance sobre
ele. Esse personagem é Robert de Bruce, considerado herói da independência
escocesa. O livro começa com a misteriosa morte do rei Alexandre da Escócia, o
que resulta num vazio de poder quando a sua descendente, uma menina de tenra
idade, morre na viagem de regresso à Escócia. É neste ponto que ficamos a
conhecer Eduardo II, rei da Inglaterra, que irá mediar a nomeação do novo
sucessor ao trono escocês, de entre vários pretendentes que reclamam a coroa. Com
fortes pretensões ao trono estava o avô de Robert. A autora descreve-nos um rei
Eduardo obcecado com as profecias de Merlim, relatadas por Geoffrey de
Monmouth. Merlim profetizava que um único rei iria governar as ilhas até agora
divididas em vários reinos e Eduardo fez desse objectivo, a sua ambição de
vida. Não nos podemos esquecer que todos os pretendentes ao trono da Escócia
prestavam vassalagem ao rei Eduardo e este concedia-lhes terras, propriedades,
títulos e vantagens em Inglaterra. Começa a surgir na mente de Eduardo a ideia
de ele próprio tomar o trono escocês.
É nesta época de incertezas que
acompanhamos a vida de Robert de Bruce, desde a sua infância onde é educado
para se tornar num cavaleiro, até ao dia em que, num acto de rebeldia a
patriotismo, vai contra a vontade do próprio pai e, insurgindo-se contra o rei
Eduardo, inicia a sua própria luta contra a opressão do seu povo. A sua luta
irá levá-lo a conhecer outro dos heróis da Escócia, William Wallace (quem não
se lembra do filme “Breaveheart”, de Mel Gibson?). É William Wallace que inicia
as hostilidades contra aquilo que considerava ser a exploração do povo escocês,
sufocado com o crescente aumento de impostos. É realçada a capacidade de
liderança e o poder aglutinador de Wallace o que o catapulta para uma vitória
histórica contra os ingleses na batalha da ponte de Stirling. Com essa vitória
expulsa os ingleses para lá da fronteira e chega mesmo a ser nomeado guardião
da Escócia. Robert fica um pouco à sombra de Wallace mas, a pouco e pouco,
começa a granjear a sua própria reputação.
Neste livro acompanhamos a
evolução do perfil psicológico de Robert de Bruce. Amado pelo avô, mantinha com
este uma relação muito próxima e cúmplice, partilhando a visão do ancião
relativamente ao futuro do seu reino e o desígnio de que tudo fariam para que a
sua família chegasse ao poder. Ostracizado pelo pai, nunca se revela capaz de
chegar perto dele e ainda hoje em dia não há um consenso sobre o que terá
levado Robert a tomar a sua decisão de rebeldia, ele que até tinham mais a
ganhar mantendo-se fiel a Eduardo. O livro acaba com uma mudança de estratégia
por parte de Robert quando este chega à conclusão de que poucas hipóteses tem
de derrotar o poderoso exército de Eduardo, mais experiente e melhor
organizado. O que irá fazer Robert? O que nos reserva a história? Só temos que
aguardar pelo segundo livro…
5 comentários:
Luís,
Bom comentário só espero que o segundo volume já tenha saído...
Ângelo,
Infelizmente ainda não saiu, é o mal das trilogias!
Luís,
Não sei se é estratégia das editoras ou do autor mas isto de ler ficar à espera... não me agrada nada, estou na mesma situação com o segundo volume de 1Q84 neste caso por estratégia da editora o que me deixa danado e a pensar se realmente vou ler o segundo volume...
Ângelo,
Concordo contigo, se for estratégia comercial das editoras, acho reprovável, parece que o lucro comanda a vida... Por coincidência, no meu caso, ontem, a autora anunciou no facebook que tinha acabado de escrever o segundo volume, vai agora para edição, vai-se lá saber agora o tempo que demora a chegar às bancas...
O livro já foi editado em vários países, sei que o 3º livro já esta em faze final e que deve ser lançado em 2014. A parte má disto é que a editora em Portugal não tinha ainda data sobre o lançamento do 2º livro e pela resposta que tive parece que não há sequer vontade de o editar.
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