12/03/2012

Meridiano de Sangue, Comarc McCarthy

Opinião:
A história inicia-se com um rapaz de 14 anos, que não sabe ler nem escrever, vive na miséria com o seu pai mas, já é atraído pela violência. Este é o personagem principal que nos irá acompanhar durante toda a leitura. Foge da sua casa no Tennessee e empreende uma viagem cheia de perigos e violência pois, acaba por integrar um grupo que pratica actos selvagens. Por onde este grupo passa, tudo é escuro e com olhos à espreita, olhos sofridos, olhos de medo, sem esperança, nada resta tudo são escombros e fome.
A imagem que mais me marcou neste livro foi a descrição de uma árvore, na qual estavam pendurados bebés pelo pescoço. Uma imagem da vida (árvore) segurando a morte (bebés). É uma prova de que a vida não valia nada e a morte era encarada naturalmente.
Para além do rapaz que é figura central na história, existe um outro personagem bastante importante - Juiz Holden. Um homem violento igual a todos os outros no seu grupo, no entanto, este é um personagem que a par da violência que exerce, vai tecendo algumas reflexões sobre a vida ao longo da narrativa.
Tal como no seu livro, A Estrada , Comarc consegue nesta obra ambientar o leitor neste terror que foram os confrontos na fronteira entre os EUA e o México no início do séc. XIX.
Esta é um obra que embora excelente, não é de leitura fácil, achei bastante densa, bastante descritiva, o que requer muita atenção por parte de quem lê. Depois, há a questão da violência. Os leitores mais sensíveis podem sentir a tentação de abandonar o livro perante tanto horror. No entanto, reconheço que a escrita não poderia ser de outra forma para demonstrar os actos praticados na altura. Assim, aconselho a leitura com algumas reservas!

Comentário também publicado no blogue ...viajar pela leitura...

3 comentários:

Ângelo Marques disse...

Olá Paula,
espero ler este livro este ano...

Ana C. Nunes disse...

Li este livro há mais de um ano confesso que me desapontou. Depois de adorar o "A Estada" este "Meridiano de Sangue" não me agradou.
Reconheço-lhe no entanto as qualidades que referes. A crueza da realidade vivida na época e a escrita despretensiosa mas fria.
E certamente este é um livro que deixará muita gente desconfortável.

Paula disse...

Ângelo,
Acho que vais gostar do livro :)

Ana,
Eu também gostei mais de "A Estrada" no entanto, também gostei deste... são diferentes :)