10/04/2012

"A Condessa" de Rebecca Johns

Opinião:
"A bela condessa Erzsébet Báthory nasceu num berço de ouro da aristocracia húngara".
"Os seus opositores retractaram-na como uma bruxa sanguinária, um retracto que fez dela a mulher mais odiada da História. Erzsébet inspirou Drácula, inscreveu-se na literatura clássica e contemporânea, deu azo a filmes, séries de TV e até jogos de computador."
Foi considerada uma das maiores assassinas da história.
Comecei a ler este livro sem saber bem o que iria encontrar nesta narrativa, algo arrepiante, cruel, macabro, mas curiosa o quanto baste. Conta-nos a história de uma mulher bonita, que nasceu numa das famílias mais nobres e importantes na altura do reino da Hungria, foi filha, irmã, mãe e esposa, dona de casa extremosa e exemplar, cuidava dos seus como ninguém, tal era o amor que lhes tinha. Muito à frente no seu tempo nos finais do séc. XVI e incio de XVII.
Começamos por conhecer uma menina feliz na companhia dos seus pais e irmãos, mas que fica noiva muito nova, com apenas 11 anos, sendo costume naquela época isso acontecer. Mas logo em criança ela mostrou o seu lado sádico, o prazer de ver os outros a sofrerem.
Naquele tempo só valorizavam as pessoas com títulos, terras e dinheiro, o povo não tinha valor absolutamente nenhum.
A protagonista desde jovem demonstra uma grande inteligência, com uma educação e esperteza fora do comum, que não era normal nas mulheres, ela interessava-se por tudo, lendo livros, aprendendo línguas, querendo ser culta perante os outros, não permitia que a mudassem ou a transformassem em alguém que ela não era.
Amou e foi amada. Muito rica, tendo terras, dinheiro, joias e vários bens. Relata-nos a sua história de uma forma tão subtil, usando o bem que fazia em contra balança com o mal que praticava, que cheguei a sentir simpatia por ela.
Este livro é de leitura compulsiva, pois consegue prender-nos com esta narrativa macabra, mostrando-nos uma pessoa que exigia a quem a servisse quase a "perfeição" e a ser integra às suas ordens, a Condessa gostava de ensinar as suas criadas a ler e a fazer tudo correctamente, compensavas depois com ofertas, quando isso não acontecia, e elas desobedeciam às suas ordens, ela aplicava castigos dolorosos e inimagináveis, matava sem piedade, ela cegava no momento que os praticava, era cruel nessas alturas, e foram muitas as raparigas a morreram às suas mãos.
Acabou por ser denunciada e é lhe tirado tudo o que tinha, acabando sem nada, sozinha, fechada e completamente isolada.
Li este livro num fim-de-semana, fiquei tão arrebatada na sua leitura que não me apetecia largá-lo, quanto mais lia mais queria saber sobre como terminava esta história de malvadez, que uma autora com uma escrita fluente soube tão bem contar. Aconselho a ler sem dúvida.

5 comentários:

Elphaba disse...

Foi dos meus livros favoritos de 2011... Muito bom mesmo!

Odete Silva disse...

Também gostei muito Joana, estava à espera de algo que me chocasse, mas não,foi uma história que li bastante bem,e que me agradou conhecer, está muito bem escrito sem dúvida.

Cristina Torrão disse...

Li, há alguns anos, um artigo sobre esta condessa húngara, versando apenas os seus crimes e tendências sádicas. Fiquei arrepiada.
O romance, pelos vistos, dá-lhe uma outra faceta paralela. Parece interessante.

Unknown disse...

Eh pah, este teu comentário despertou-me a atenção; acho que vou ler isso.

Diana disse...

tal e qual como eu me senti a ler. ;) Gostei tanto ^^