“O Nariz” de Gogol é um conto muito divertido e
também muito crítico em relação à sociedade Russa.
Não era da vontade de Gogol a publicação de “O
Nariz”, apenas concordou com a edição numa revista de um amigo, depois deste
mesmo amigo ter solicitado a partilha desta escrita hilariante com a sociedade.
É de salientar que a publicação deste conto já havia sido recusada e de ter sido
apelidada de “suja e trivial”.
Quanto à história propriamente dita e indo
directamente ao assunto, o nariz do nosso personagem principal, resolve sair do
rosto que lhe pertence e adquirir vida própria. Como se não bastasse esta
autonomia (estranha) decide, também, desempenhar funções de estado. Assim, Ivan
Iákovleitch anda apavorado pelas ruas de S. Petersburg em busca do seu rebelde
nariz, pois um homem do seu nível não pode comparecer a reuniões e eventos sem
nariz! Podia estar presente sem orelhas, mas sem nariz??! Entretanto, a história
espalha-se por toda a comunidade e as pessoas buscam saber a veracidade deste
acontecimento tão raro e digno de espetáculo. Como em toda a história, quem
conta um conto aumenta um ponto, A comunidade (incluindo estudantes de
medicina) aflui às ruas com o objectivo de verem para crerem.
Esta é uma história divertidíssima em que Gogol
tem como objectivo a crítica, como eu já referi, à sociedade Russa do sec. XIX.
Contudo, no fim, o autor ainda brinca com o leitor ao dizer “o mais estranho, o
mais incompreensível é haver autores que escolham semelhantes argumentos (…) Não
chego a entender o que é isso”
Uma leitura que aconselho!
Opinião também publicada no blogue ...Viajar pela leitura...
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