Achei este livro muito original, bem
construido, com uma história engraçada e
comovente. Não acho que tenha uma escrita muito fluida, portanto, estive mais concentrada na sua leitura, mas
foi uma mais valia para apreciar esta narrativa.
Conhecemos uma menina
chamada Mandorla, filha de Maria que gere o condomínio do prédio onde vivem, as
reuniões são sempre especiais pois a sua boa disposição é única, consegue
sorrir de tudo, como está mencionado na sinopse
chegam a ser“sessões de terapia
de grupo”. Com a sua visão sobre o mundo e as pessoas e muita imaginação, conseguiu convencer a
filha que o pai é um astronauta.
Mas, Maria morre de
repente num acidente, deixando Mandorla sozinha com os moradores da Rua Grotta
Perfetta, 315, pois não tem família, os mesmos descobrem uma carta onde Maria
menciona que o pai da menina mora no prédio, isso vai colocar em xeque cada família, pois um dos
moradores será o pai de Mandorla, mas o caricato no meio disto tudo é que
resolvem que não querem fazer o teste de ADN, e sim, em conjunto assumir e educar Mandorla,
portanto ela vai passar uma temporada com cada familia. São cinco no total,
Mandorla vai viver entre o 1º e o 5º andar do prédio, e claro “as luzes nas
casas dos outros também escondem segredos”. A sua mãe não era a única a
guardá-los, no fundo todos o fazem.
Sendo um livro que é
narrado pela protagonista Mandorla, vamos acompanhando ao longo dos anos o seu
crescimento e os seus pensamentos com todas as suas dúvidas que persistem em tentar saber quem será o seu
pai. E se de facto ela está assim tão interessada ou se acomodou à situação, será que quer saber
mesmo a verdade? No fundo ela é obcecada por esse mistério. É interessante acompanhar o seu dia a dia e
como ela se liga a cada família e se adapta aos seus costumes. Sentindo o que
outros miúdos sentem, mas com agravante que não tem alguém que a aconselhe
diariamente, para se vestir por exemplo, ela só queria ser igual aos outros da
sua idade, fazer amigos, ser normal, ter um pai e uma mãe, e não cinco familias
como era obrigada a ter.
Bem escrito, com
personagens que nos fazem reflectir, ficamos absorvidos na sua leitura até ao fim. Achei
que apesar de ser uma história insólita
é cativante pela sua originalidade. Gostei muito.
Nota:
Adorei a carta que Maria deixou à filha. Menciona os desejos que tem para com a
menina, como menciona muitas vezes, excerto:
“Queria queria queria... Que gostasses de dançar...Que discutíssemos só para
percebermos que somos mesmo importantes uma para a outra...Queria queria queria..."
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