04/02/2013

"Uma Casa de Família" de Natasha Solomons



Opinião:
Este é um daqueles livros que quando terminamos de ler já estamos com saudades da sua história e dos seus personagens. 
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O romance é narrado na primeira pessoa por Elise Landau, a protagonista  uma jovem de dezanove anos, cresceu com todos os confortos num lar em que é mimada pelos pais, com todas as regalias, vê-se de repente obrigada abandonar o seu país a Áustria, a sua cidade Viena,  devido a um único problema, ser judia vienense, e a única maneira que têm para a protegerem  e conseguirem que escape ao Nazismo em 1938 é arranjar um trabalho como criada em Inglaterra. E assim Elise vai nos contando tudo o que lhe aconteceu desde menina intercalando a sua história de uma maneira magnifica, com recordações, contando situações e cenas com a irmã e os pais, mantendo-a assim agarrada à vida para suportar tudo o que vai ter que passar como criada numa casa Inglesa. Em que não é fluente na língua e não consegue transmitir o que sente.Vê-se assim obrigada a começar uma vida nova, numa mansão, a Casa de Tyneford,  longe de todos os que ama e a amam a ela, tornando-se noutra pessoa, e ai vai viver os momentos mais tristes e felizes da sua vida.  Vai ter que trabalhar e muito como nunca o tinha feito na vida, pois estava a habituada a que a servisse e não a servir os outros. Mas no fundo tem sorte, pois vai viver num sitio lindíssimo junto ao mar, o Sr. Rivers  que repara desde o inicio que Elise é diferente das outras criadas, também a trata de maneira diferente dando-lhe mais atenção. Vai  apaixonar-se pelo filho do  dono da casa, Kit. Faz amizades com pessoas que vivem perto.
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É um relato cheio de profundidade, pois Elise quer muito estar com os pais e com a irmã mais velha Margot,  que consegue o visto e parte para América, mas os pais Julian e Anna ficam à espera dos vistos americanos para partirem, Elise sofre muito com o afastamento a que são obrigados, mas também  com a expectativa dos pais conseguirem sair a salvo de Viena. Agarra-se às únicas recordações que trouxe escondidas um colar que a mãe lhe deu e um violino, conseguindo assim sobreviver no dia a dia, e conquistando devagar o dono da casa e os empregados mais velhos e responsáveis por gerir a mansão ao pormenor, Sr. Wrexham o mordomo e a Srª Ellsworth, lentamente vai-se adaptando.
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Com o aproximar da segunda Guerra Mundial tudo se vai alterar, pois Kit parte para a guerra, a casa fica com um enorme vazio sem a sua presença. E a partir dai muita coisa muda para sempre. Há tanto para dizer deste livro, gostava de escrever mais, mas não posso contar, têm que ler.
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Achei que a autora consegue transportar-nos magistralmente para as situações, para os locais, recria tão bem o ambiente de tudo o que rodeia as personagens, o dia a dia na mansão está tão bem retratado, a  atmosfera entre os criados, os costumes, a educação Inglesa.  Cada lugar, os cenários desde as florestas, as flores no jardim, as praias, as falésias.
Com uma escrita tão fluída, fiquei logo agarrada nas primeiras páginas deste livro e não queria largar enquanto não terminasse, mas também não que queria que acabasse, de tão bom que é. Sorri muitas vezes em certas passagens do livro, inspirou-me ternura, fiquei comovida. Pois as personagens são muito profundas, fala-nos da família, amor, de perda, sentimentos, de felicidade, enfim uma história fabulosa. Gostei muito.

1 comentários:

Anónimo disse...

Olá. A história tem romance?