Opinião:
Devo confessar que
pouco li sobre a Idade do Gelo na Europa entre 35 e 25 mil anos a.C.,
e desconhecia a existência desta saga.
Esta história teve em
mim exactamente o efeito das palavras que tão bem conhecemos "Primeiro,
estranha-se. Depois, entranha-se". E andei um pouco há deriva nas primeiras
200 páginas, não conseguia entrar na narrativa devido às muitas visitas às
cavernas e ao nome de cada uma e dos seus lideres, e o facto de estarem sempre
em viagem, mas depois comecei apreciar lentamente como era a vida na
pré-história.
A personagem principal Ayla
foi escolhida como acólita por um líder espiritual e começam as suas tarefas
de formação árduas. Sendo uma mulher bonita, mas principalmente muito
inteligente contornando sempre os obstáculos e as dificuldades do dia a dia,
quer na preparação de refeições, quer como “curandeira” devido à sua grande sabedoria
ela usava as ervas e as plantas certas para tratar os doentes, e até a colocar
um osso partido no lugar, o que quase ninguém sabia fazer. As sua habilidades
são inúmeras, sabe linguagem por sinais, caçar como poucos, a única que domou
cavalos, e que criou um lobo desde bebé que a adora e segue para todo o lado. Nunca nada disto foi visto
até Ayla aparecer.
Devido a ter sido
escolhida começa uma viagem com a sua família, a filha Jonayla e o marido
Jondalar, todos eles fazem parte da "A Nona Caverna", juntamente com Zelandonia que é
a Primeira, que a escolheu como acólita e vão empreender numa grande jornada para
visitar todas as cavernas sagradas, parte desse treinamento servirá para se tornar a tal líder espiritual um dia. E assim começam a aventura na descoberta das cavernas sagradas, vão encontrar vestígios deixados por outros e muitas
pinturas de animais pré-históricos, algumas figuras humanas parciais, rosto, mãos, silhuetas mas sempre distorcidas, nunca nitidas como os animais. Têm que cantar para confirmar se a caverna
é sagrada ou não, tudo gira em torno da Terra Mãe, os versos que cantam são em sua homenagem.
Gostei imenso de saber como
é que eles viviam, vestiam, dormiam,
comiam, o que usavam para caçar, como se abasteciam e precaviam para os longos Invernos, a autora é muito descritiva e
conseguimos visualizar na perfeição naquele tempo como eram os seus hábitos, a sua cultura, como
lidavam uns com os outros, como cuidavam da família, o amor, o ciúme que não
era permitido, mas que sentiam, o cuidado que tinham uns pelos outros quer
fosse família, amigos ou conhecidos, consegue-se estar lá com eles, nesses momentos. Mas também como é que se relacionavam uns com os outros enquanto lideres de cada Caverna, pois
mostra que eram organizados, o líder que mandava fazia-se respeitar e as regras eram cumpridas onde viviam. Organizavam acampamentos onde todos se reuniam de Verão no mesmo sitio.
Maravilhosa a relação
da Ayla com o lobo achei que aquilo que sentiam um pelo outro é algo incrível e indescritível, muito bonito, o instinto de protecção enorme que o lobo tinha em relação a Ayla e a Jonayla a filha. Uma leitura que acabei
por achar fascinante em que aprendi, apreciei e gostei desta narrativa de uma
maneira que não pensava vir a gostar. Vê-se que a autora fez uma pesquisa apurada e cuidada nesta matéria, pois visitou os próprios locais pré-históricos.
Uma boa história sem dúvida, com muito conteúdo, um
romance histórico que nos ensina muita coisa sobre os nossos antepassados, muito bom.
1 comentários:
Esta saga é fabulosa! Mas vale a pena começar pelo 1º volume, o meu preferido dos que consegui ler até agora... Já agora se alguém tiver algum livro desta saga para troca ou venda estou interessada :)
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