18/03/2013

A Mãe Terra de Jean M. Auel



Opinião:
Devo confessar que pouco li sobre a Idade do Gelo na Europa entre 35 e 25 mil anos a.C., e desconhecia a existência desta saga.
Esta história teve em mim exactamente o efeito das palavras que tão bem conhecemos "Primeiro, estranha-se. Depois, entranha-se". E andei um pouco há deriva nas primeiras 200 páginas, não conseguia entrar na narrativa devido às muitas visitas às cavernas e ao nome de cada uma e dos seus lideres, e o facto de estarem sempre em viagem, mas depois comecei apreciar lentamente como era a vida na pré-história.

A personagem principal Ayla foi escolhida como acólita por um líder espiritual e começam as suas tarefas de formação árduas. Sendo uma mulher bonita, mas principalmente muito inteligente contornando sempre os obstáculos e as dificuldades do dia a dia, quer na preparação de refeições, quer como “curandeira” devido à sua grande sabedoria ela usava as ervas e as plantas certas para tratar os doentes, e até a colocar um osso partido no lugar, o que quase ninguém sabia fazer. As sua habilidades são inúmeras, sabe linguagem por sinais, caçar como poucos, a única que domou cavalos, e que criou um lobo desde bebé que a adora e segue para todo o lado. Nunca nada disto foi visto até Ayla aparecer.

Devido a ter sido escolhida começa uma viagem com a sua família, a filha Jonayla e o marido Jondalar, todos eles fazem parte da "A Nona Caverna", juntamente com Zelandonia que é a Primeira, que a escolheu como acólita e vão empreender numa grande jornada para visitar todas as cavernas sagradas, parte desse treinamento servirá para se tornar a tal líder espiritual um dia. E assim começam a aventura na descoberta das cavernas sagradas, vão encontrar vestígios deixados por outros e muitas pinturas de animais pré-históricos, algumas figuras humanas parciais, rosto, mãos, silhuetas mas sempre distorcidas, nunca nitidas como os animais. Têm que cantar para confirmar se a caverna é sagrada ou não, tudo gira em torno da Terra Mãe, os versos que cantam são em sua homenagem.

Gostei imenso de saber como é que eles viviam,  vestiam, dormiam, comiam, o que usavam para caçar, como se abasteciam e precaviam para os longos Invernos,  a autora é muito descritiva e conseguimos visualizar na perfeição naquele tempo como eram os seus hábitos, a sua cultura, como lidavam uns com os outros, como cuidavam da família, o amor, o ciúme que não era permitido, mas que sentiam, o cuidado que tinham uns pelos outros quer fosse família, amigos ou conhecidos,  consegue-se estar lá com eles, nesses momentos. Mas também como é que se relacionavam uns com os outros enquanto lideres de cada Caverna, pois mostra que eram organizados, o líder que mandava fazia-se respeitar e as regras eram cumpridas onde viviam. Organizavam acampamentos onde todos se reuniam de Verão no mesmo sitio. 

Maravilhosa a relação da Ayla com o lobo achei que aquilo que sentiam um pelo outro é algo incrível e indescritível, muito bonito, o instinto de protecção enorme que o lobo tinha em relação a Ayla e a Jonayla a filha. Uma leitura que acabei por achar fascinante em que aprendi, apreciei e gostei desta narrativa de uma maneira que não pensava vir a gostar. Vê-se que a autora fez uma pesquisa apurada e cuidada nesta matéria, pois visitou os próprios locais pré-históricos.
Uma boa história sem dúvida, com muito conteúdo, um romance histórico que nos ensina muita coisa sobre os nossos antepassados, muito bom.


1 comentários:

kassie disse...

Esta saga é fabulosa! Mas vale a pena começar pelo 1º volume, o meu preferido dos que consegui ler até agora... Já agora se alguém tiver algum livro desta saga para troca ou venda estou interessada :)