Opinião:
Um livro que a meu ver se
aplica a famosa frase “primeiro estranha-se, depois entranha-se”, foi o que senti ao começar a leitura desta
narrativa, uma história diferente, sendo bastante descritiva a autora conta-nos
com detalhes o que está a passar na casa de Hundreds Hall, na zona rural de Warwickshire, uma enorme
mansão que já foi muito bonita, imponente, mas no momento encontra-se degradada, propriedade da família Ayres há mais de dois
séculos. Vivem nesta casa mãe, filha e
filho, que lutam diariamente para a manter de pé, mas como não tem dinheiro as
coisas vão-se deteriorando cada vez mais.
Quando Betty a jovem
criada dos Ayres adoece, o Dr. Faraday é chamado para a examinar, ele está
muito curioso para entrar novamente na casa que conheceu em pequeno, pois a sua
mãe também foi empregada da família. Mas daquilo que se lembra vê que as coisas se tornaram diferentes aos
seus olhos, a casa já não é majestosa como antigamente, nem bela.
Ao examinar Betty constata
que afinal a criada não está doente, sente medo de viver na mansão,
escura e sombria em que se tornou ao longo dos anos, o Dr. Faraday resolve
guardar segredo. A partir daqui visita a família com assiduidade, mais como amigo do que como médico, algo o
impulsiona e o atraia a esta família, o seu fascínio pela mansão talvez, o seu
interesse por Caroline, fomenta-se cada dia que passa.
Mas algo de estranho
está acontecer, começa com um incidente que se dá com o cão da casa, depois ruídos, manchas, incêndio, vão sendo cenário diário para os
moradores, será que alguém lhes anda a pregar partidas? Serão eles próprios que
fazem? O filho Roderick sofre de dores numa perna devido a ferimentos durante a
guerra, também demonstra que está instável psicologicamente, não aguentando a
pressão da responsabilidade que lhe caiu nos ombros, de restaurar a casa de família, ou pelo menos de mantê-la de pé. Começa a ter alucinações,
perturbações que levam a pensar que existe assombrações ou mesmo “fantasmas”
dentro de casa. Um a um todos os que moram e vivem na mansão vão sendo
afectados, mas quem será o causador de tão estranhos acontecimentos? Para o Dr. tudo não passa de cansaço que provoca as alucinações.
O que faz despoletar
toda esta situação? Muitos são os desenvolvimentos que se vão dando ao longo do
livro, que nos levam a fazer perguntas.
Não achei que fosse de
leitura fácil, nem fluída, exige concentração, mas vale a pena, pois as personagens são bastantes credíveis, realistas, uma história sinistra, intensa,
envolvente, com alguma carga psicológica, com suspense, roça por vezes o
bizarro. Faz-nos ficar a pensar e com dúvidas na cabeça sobre o que realmente acontece nesta família, começamos a sentir os “fantasmas”
atrás do ombro, da forma como a autora
nos conta esta narrativa. Gostei bastante.
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