28/08/2013

Assírio & Alvim - Ficção portuguesa - A "obra maior" de Maria Velho da Costa

Título: Casas Pardas
Autor: Maria Velho da Costa
Prefácio: Manuel Gusmão
N.º de Páginas: 456
PVP: 19,90 €

A obra maior de Maria Velho da Costa

Assírio & Alvim publica Casas Pardas a 30 de agosto

Casas Pardas cartografa Lisboa no final dos anos sessenta, em plena agonia do regime salazarista: crise política e social, rumores das guerras coloniais e dos tumultos estudantis. O Portugal pardacento à espera do terramoto que virá em 1974, enquanto se escreve o caos afetivo em comunidade, por dentro das casas do amor e desamor de Elisa, Mary, Elvira e companhia. Mas Casas Pardas é acima de tudo a casa da língua portuguesa e dos seus vários linguajares, aqui em jubiloso processo de miscigenação com outras falas do mundo, através do grande virtuosismo da escrita de Maria Velho da Costa.

Deste romance fala-nos também Mário de Carvalho: «Casas Pardas é um maravilhoso torvelinho de linguagens, uma evocação concreta e exata de comportamentos sociais de várias classes no final do fascismo, uma revisitação dos lugares da literatura e da poesia (também nas suas vertentes populares), uma polifonia de falas genialmente captadas, uma subversão endiabrada dos processos narrativos e uma prática de jogos de linguagem que lembram o barroco, mas também os grandes efabuladores do século XVIII, como Fielding ou Sterne. A ironia e a réplica acerada pairam em todo o romance, repartido em várias "casas", pluralidade de focos que centram uma escrita em que passado e presente, a concretude do quotidiano mais trivial, mas também a citação literária de vários graus, ou mesmo a toada infantil, a reflexão às vezes iluminada, de envolto com o paradoxo e a paródia, nos desafiam página a página.»

Casas Pardas esteve recentemente em cena no Teatro Nacional de São João, no Porto, com adaptação e dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Nuno Carinhas.

Sobre a autora:
Prémio Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa. Foi leitora do King's College em Londres, presidente da Associação Portuguesa de Escritores e adida cultural em Cabo Verde. Ficcionista, ensaísta e dramaturga é co-autora com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta de Novas Cartas Portuguesas. A sua escrita situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos anos 60 e, como afirmou Eduardo Lourenço, é «de um virtuosismo sem exemplo entre nós» 

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