25/11/2013

Crime de Luxo, de Ngaio Marsh (opinião)




Opinião:
“Crime de Luxo” é o terceiro volume da colecção Crime à Hora do Chá.
Esta narrativa desenrola-se num ambiente Londrino, onde jovens debutantes são apresentadas à sociedade num lanche, ou num jantar e baile organizado pelas próprias mães. Mas algo de estranho está acontecer, alguém está a fazer chantagem a uma das mais conceituadas famílias, alguém descobriu um segredo e quer aproveitar-se desse facto para conseguir algum dinheiro, um amigo, o Lorde Robert Gospell tenta ajudar, e começa a investigar por conta própria, e durante um desses jantares ele acaba mesmo por descobrir, só que após o mesmo, ele é assassinado, pois as suas suspeitas estavam certas.
Entra em cena o inspector-chefe Roderick Alleyn, ele próprio um aristocrata, que trabalha na Scotland Yard, e é com inteligência e astúcia que conduz a investigação da morte do amigo Lorde Robert, e vamos ter uma panóplia de personagens que vão ser interrogadas uma a uma. Não vai ser um interrogatório nada fácil, pois alguns homens das mais conceituadas famílias acham-se imunes a qualquer suspeita, o inspector conta com ajuda do seu colega, Fox, que é um complemento muito interessante, pois mostra-se muito pertinente ao longo da história durante os interrogatórios e no desvendar do crime.
E à medida que a investigação vai decorrendo, vão sendo também descobertos outros segredos, dos quais ninguém suspeitaria. Todos os personagens são bem esmiuçados e interrogados e alguns até ficam sob vigilância policial discreta, durante os interrogatórios vamos ficando cada vez com mais dúvidas na nossa mente de quem poderá ser o assassino, começamos a desconfiar de um ou de outro personagem, mas sem certeza alguma.
São fulcrais para o desvendar deste crime esses interrogatórios, pois vão servir para reconstruir a noite do homicídio passo a passo, vão ser a base para a descoberta do assassino de Lorde Robert, são feitos a uma velocidade galopante tendo em conta que ocorrem em dois dias.
Nota-se ao longo da narrativa que este não foi o primeiro livro da autora com o inspector-chefe Roderick Alleyne e uma personagem feminina a pintora Agatha Troy, existe uma história no seu passado, uma cumplicidade que gostava de ter seguido.  
Em suma trata-se sem dúvida de um bom enredo, com um ritmo muito próprio, em que os cenários estão bastante adequados para a época que se vivia em Inglaterra, os personagens foram muito bem construídos pela autora, alguns com personalidades bastante fortes, quer as personagens masculinas quer as femininas.
Confesso que desconfiei de pelo menos de dois personagens mas não suspeitei do verdadeiro assassino, portanto acho que  o objectivo da autora de criar suspense até ao fim foi bem conseguido. Achei o livro muito bem escrito, com mistério q.b., como sou fã de um bom romance policial clássico, é claro que gostei bastante, por isso recomendo.
Fico mais uma vez a aguardar o próximo volume da colecção Crime à Hora do Chá.


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