19/11/2013

O Abrigo da Esperança, de Debbie Macomber (opinião)



Opinião:
Voltamos de novo à Estalagem de Rose Harbor, em Cedar Cove, com Jo Marie Rose a proprietária,  e mais uma vez temos um vasto leque de personagens, que são os hóspedes, que escolhem este lugar pelos mais diversos motivos, mas no fundo todos procuram um lugar calmo e sossegado, e são eles que nos vão acompanhar ao longo do livro.
Jo Marie ainda não conseguiu ter a estalagem como idealizou, pelo menos no que diz respeito ao jardim, pois as quizilias com Mark continuam, ele trabalha no seu ritmo e não como Jo desejaria, sempre com o seu mau feitio, e sempre mal humorado.
Deveria estar tudo arranjado para o “Dia de Casa Aberta “ uma tradição nos USA, em que se abre as portas para os amigos e vizinhos, são todos convidados a conhecer as modificações que foram feitas na Estalagem e isso faz com que Jo ande nervosa pois quer que corra tudo bem. Mas outro motivo para Jo não estar bem, é o facto dela continuar a lutar com a perda do marido, pois o seu corpo nunca foi resgatado do local onde caiu junto com o helicóptero no Afeganistão, é informada de novas pistas, que a deixam muito apreensiva, a sua sorte é ficar muito ocupada com os hóspedes que a distraem.
Desta vez vamos conhecer um casal que vai fazer cinquenta anos de casados Kent e Julie Shivers, estão em Cedar Cove para festejar. A sua neta Annie que organizou o evento, e resolveu que seria nesta cidade porque foi aqui que os avós se casaram, conhecemos também Oliver um jovem vizinho dos avós e amigo de infância do irmão de Annie, com o qual ela antipatiza solenemente desde a sua adolescência.
Mary Smith que está a passar por uma fase muito difícil na sua vida, depois de ter feito uma carreira de sucesso, a doença faz com que tenha de abandonar tudo, vem até Cedar Cove, numa tentativa de expiar os erros do passado, entra em contacto com o seu antigo namorado, que não vê há 19 anos, George, que ela abandonou em prol da sua carreira profissional, e lhe escondeu um segredo que não sabe se ele irá perdoar quando souber.
Mais uma vez a autora com a sua escrita fluída,  transporta-nos facilmente para esta localidade com os seus habitantes simpáticos, e somos envolvidos nos problemas pessoais destes hóspedes que enchem a estalagem de Jo. E sentimo-nos de tal maneira dentro da narrativa que quando a autora descreve por exemplo que a proprietária está a fazer uns muffins ou umas bolachas de manteiga de amendoim, deu-me uma vontade de ir para a cozinha e fazer o mesmo, parece que sinto o cheiro, e enquanto lia no domingo tive que interromper a leitura para ir fazer uns scones para acompanhar com o chá.  
Este fim-de-semana frio foi o ideal para a leitura deste livrinho tão cativante, com histórias normais de vida, que podiam ser a nossa, personagens comuns que nos tocam, esta narrativa tem todos os ingredientes para passarmos umas horas descontraídas, nesta leitura de conforto (se existe comida de conforto, porque não uma leitura também).
No final a autora aguça-nos com o nome  de uma nova hóspede que faz uma reserva, mais histórias estão para vir, que podem bem ser inesgotáveis, fico aguardar. Recomendo aos amantes do género, porque gostei. 

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