08/01/2014

Anjos na Neve, de James Thompson (opinião)



Opinião:
“Anjos na Neve”é daqueles policiais que começamos a ler e ficamos agarrados  às suas páginas sem vontade de colocar de lado.
Um crime violento é cometido na Finlândia, um pais mergulhado na escuridão, onde o sol raramente é avistado, o Inverno pode durar 180 dias, com temperaturas tão baixas que chegam aos -30 ºC, a noite pode prolongar durante 24h, os habitantes isolam-se, são enfadonhos, as pessoas não mostram seus sentimentos, os profissionais limitam-se a ser profissionais, um país onde existe muitos crimes violentos, a maioria dos quais cometidos dentro do seio familiar, muitas vezes provocados pelo álcool, onde a religião é predominante, onde impera o racismo, mas que não é assumido.
Não falamos sobre ódio, odiamos em silêncio. É  a nossa maneira. Fazemos tudo em silêncio." Pág. 13
Quando uma actriz de cinema, a negra Sufia Elmi aparece morta na neve,  o inspector Kari Vaara é chamado ao local, ninguém está preparado para um crime tão violento, pois o corpo foi mutilado de forma brutal, terá sido por motivo racial? Ou pura violência? começam as investigações e há medida que vão aparecendo suspeitos, também vão surgindo surpresas, segredos escondidos de pessoas de quem não se está há espera.
Durante o percurso da investigação vão percebendo que este crime  tem contornos iguais a um crime cometido num livro de James Ellroy “A Dália Negra”, até que ponto é que o ou os assassino(s) se basearam neste romance para cometer tais atrocidades? É isso que o inspector Kari quer desvendar.
A narrativa é alternada com capítulos sobre a investigação do crime, mas também sobre a vida pessoal do inspector  Kari, a sua vida actual, com a esposa americana Kate, que ainda não se conseguiu adaptar a esta nova cultura, dando a conhecer-nos um pouco sobre este país, seus habitantes e os seus costumes, mas também revelando-nos que Kari vive com fantasmas do seu passado, tem segredos sobre a sua vida pessoal, e sobre a sua infância, dos quais não quer falar.
E há medida que vamos lendo, o autor consegue colocar na mente de quem está a ler, que comece a desconfiar de vários personagens como prováveis assassinos, pois todos escondem algo, e aquilo que parece não o é, as reviravoltas são muitas, colocam dúvidas na mente, mas é isso que faz um bom policial quanto a mim. Tem os ingredientes certos, escrita fluída, suspense, mistério, os personagens, o enredo tudo se enquadra, faz com que o leitor fique preso e não descanse enquanto não descobre quem cometeu o crime. Ansiosa por ler o outro livro do autor “As lágrimas de Lúcifer”  
Pode ver o livro aqui

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