04/02/2014

Inferno no Vaticano - Flávio Capuleto (opinião)



Opinião:
Terminei o mês de Janeiro com a leitura deste livro - “Inferno no Vaticano”, li o primeiro romance do autor, “No Calor dos Trópicos”, que gostei muito, e era com alguma expectativa que aguardava este seu novo livro,  pois o tema é sobre algo que gosto imenso de ler, tudo o que envolva o complexo mundo do Vaticano, os seus segredos, o que escondem, toda a riqueza de que são possuidores,  deixam-me  sempre muito curiosa.
Tudo começa quando descobrem o corpo de Francesco Barocci, curador do Tesouro, sem vida na Sala das Relíquias, mas o mais impressionante é que lhe chuparam o sangue. A que se deve esta morte? E como é que pode ter acontecido num local dos mais protegidos do mundo, que é dentro do Vaticano? Como é que alguém se introduziu lá dentro para assassinar o curador? E quais são as motivações para tal homicídio?  É necessário chamar o inspector privado do Papa, Luís Borges, e também a sensual simbologista Valeria Del Bosque, pois o corpo tem um símbolo estranho gravado, o qual convém descodificar.
E é a partir daqui  que se desenvolve todo o enredo, as coisas vão se complicar pois ocorrem mais três homicídios, começando a espalhar o medo, até ao ponto de se começar a suspeitar se o principal objectivo é atingir também o próprio Papa. E no meio disto tudo apercebem-se que existe um segredo escondido, sociedades secretas, que podem estar por detrás de tais mortes. Ao avançarem nas investigações através dos contornos dos crimes alguém quer chamar atenção para algo mais, ou seja para a riqueza existente na cidade do Vaticano, o objectivo de quem está por detrás disso é acabar com a luxuria, será esse o objectivo?
Nada que não me tenha já perguntado também vezes, porque é que com tanta riqueza não ajudam os mais desfavorecidos, os mais necessitados? Sendo eles os representante de Deus na terra.
Entretanto no meio disto tudo dá-se um envolvimento entre Luís Borges e Valeria, sendo que a narrativa  é intercalada através de capítulos curtos entre as investigações, e o envolvimento de destes personagens, com momentos muito sensuais protagonizados por ambos. Não descurando nunca o objectivo da sua investigação com perspicácia Luís Borges consegue conciliar a parte profissional e a parte intima que o envolve.
Soube-me a pouco esta narrativa, gostava que o autor tivesse desenvolvido mais, acho que o tema podia ter sido muito mais explorado, criar mais mistério em torno destes assassinatos, em torno do próprio Vaticano e o seu vasto mundo misterioso, porque no fundo algumas coisas ficam por esclarecer, a não ser que o autor queira dar continuação a esta história com estes dois protagonistas.
Em suma gostei, li num ápice, o autor conseguiu criar um enredo com uma escrita simples, a onde mistura mistério, mortes, acção q.b. e sensualidade, em torno de um tema controverso sobre o que se passa dentro da Igreja Católica, uma leitura cativante, agradável, um livro que será do agrado dos leitores que apreciam este género literário como eu.  


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