17/03/2014

O olhar de Sophie - Jojo Moyes (opinião)



Opinião:
Estava bastante curiosa em relação ao novo livro da autora - O olhar de Sophie, e como é óbvio que apaixonada e fascinada como sou pelo tema da Primeira e Segunda Guerra Mundial não podia deixar de ler.
A primeira parte desta narrativa tem como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial, decorre o ano 1916, França, em Péronne uma pequena vila invadida pelo exército alemão, conhecemos Sophie casada com um pintor impressionista, Édouard Lefèvre, estão separados há dois anos, pois o marido encontra-se na frente da batalha a lutar. Vive ou melhor tenta sobreviver com a irmã, Hélène, o seu irmão mais novo, Aurélien e os sobrinhos no que resta do hotel, abrindo todos os dias o café para os habitantes locais, um refúgio para todos, tentam viver um dia de cada vez, as privações e o racionamento de alimentos faz com que muitas vezes não tenho nada para comer, mas Sophie é uma mulher corajosa que no meio da devastação arrisca a vida em prole dos outros, ajuda todos os vizinhos mesmo que isso lhe traga por vezes dissabores por parte dos mesmos.
Tem um retrato seu, pintado por Édouard na sala do café, onde se sente próxima do marido,e é esse quadro que chama atenção do Comandante destacado nessa localidade, que demonstra ser um homem educado, culto, que gosta de arte, aproxima-se de Sophie por esse motivo, mas essa aproximação vai despoletar uma série de situações que Sophie nunca teria imaginado, e que podem trazer-lhe verdadeiros problemas, vai ser colocada à prova através do Comandante, e é ao tomar uma certa decisão que muda e marca a sua vida para sempre.
Na segunda parte conhecemos outra mulher Liv Halston, viúva, que vive em Londres, 2006, é a dona actual do retrato de Sophie, uma oferta do marido no seu aniversário há dez anos, com a qual ela se identifica e sente ligada, uma recordação que ficou do marido que morreu precocemente, nunca lhe passando pela cabeça os problemas que o quadro iria trazer, principalmente depois de conhecer Paul que procura o quadro a pedido da família Lefèvre. Liv trava uma batalha a todo custo, mesmo podendo ficar sem nada, luta para ficar com o retrato.
E é através de um retrato que é o elo de ligação entre estas duas mulheres separadas por um século, e de duas histórias diferentes que se acabam por ligar entre o passado e o presente, pois ambas lutam por algo que tanto gostam, que torna esta narrativa tão envolvente. Sophie e Liv tem que ultrapassar uma infinidade de obstáculos, sendo que a primeira sofreu de forma estóica, sem dúvida uma mulher forte, pela qual senti uma enorme empatia.
A autora conseguiu criar uma história excelente, dando realismo à mesma, através das personagens credíveis,  reais, humanas, onde foca o lado bom das pessoas apesar da guerra e do seu sofrimento, mas também trás à tona as atrocidades cometidas durante a mesma, pessoas que foram verdadeiros heróis ao sobreviver a este período negro que faz parte da história da humanidade.
Perto do fim do livro a autora vai alternando entre o presente e o passado, pois é necessário saber o percurso do retrato ao longo de quase noventa anos, com quem ficou durante esse tempo todo.
Gostei imenso da escrita da autora, do seu dom para criar uma narrativa tão tocante, com um enredo magnifico, que resultou num romance cheio de emoções, e com um final surpreendente para uma das personagens femininas, do qual não estava à espera.
As fãs da autora vão gostar sem dúvida alguma, e para quem não conhece recomendo a sua leitura. Muito bom.     

Podem ver o livro O Olhar de Sophie aqui




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