"The Maze Runner - Correr ou Morrer", de James Dashner
Opinião (Ana Nunes)
Há uns anos atrás fiquei curiosa com este livro, mas como o tempo foi
passando, acabei por me esquecer dele, até que recentemente consegui a
versão audioboook e a curiosidade voltou. E na verdade se for para ler
YA (literatura juvenil, jovem-adultos) prefiro fazê-lo no campo das
distopias, embora mais facilmente me vejam a ler romances paranormais
(que muito raramente me satisfazem).
The Maze Runner parte de uma premissa muito interessante e algo
claustrofóbica: Thomas, um jovem desperta sem memória e é transportado
para uma pequena comunidade de jovens rapazes que tentam, todos os dias,
resolver o labirinto que os aprisiona.
A nível de enredo, o que a princípio parece ser algo simples e sem
grandes surpresas, revela-se bastante mais complexo. na parte final,
especialmente, há grandes desenvolvimentos. E embora no início o
desenrolar da história seja lento, a pouco e pouco o leitor passa a
tomar conhecimento dos factos e tudo se complica. Quase como se o leitor
estivesse no mesmo estado de desconhecimento total que o protagonista.
Nessa medida o livro é uma escalada que culmina de forma a que o leitor
fique com vontade de ler mais, mas sem ficar aquela sensação de que, no
final de contos, não sabe ainda nada. Ou seja, o autor revelou
informações suficientes, e deu respostas suficientes para me deixar
satisfeita e com vontade de ler o segundo volume.
Confesso que no início temia que a história fosse aborrecida e
previsível mas, felizmente, não foi tanto assim, pois apesar de uma boa
dose de previsibilidade a história é suficientemente complexa para não
ser, de todo, monótona.
A nível de personagens achei fácil apegar-me a elas. O Chuck, o Minho, o
Newt, e em especial o Thomas que é um daqueles protagonistas por quem é
impossível não torcer, apesar de todo o mistério que o rodeia. Mas não é
só ele! Praticamente todas as personagens são bem usadas e isso
torna-as mais ... ricas. Excepções feitas com o Galley, que pouco mais é
que um bully genérico, e a Teresa que parece demasiado conveniente e
unidimensional. Não tem personalidade, o que é triste, considerando que é
a única rapariga. E a menos que se acabe por descobrir que está a ser
controlada, espero bem que no segundo volume a usem de forma mais
eficiente.
A escrita do autor, infelizmente, foi o ponto fraco do livro. A prosa é
muito simples, pouco descritiva e pouco imaginativa. Para conseguir
visualizar o labirinto tive de usar a minha imaginação, mais do que o
normal, pois o autor deu-nos apenas indicadores muito vagos. Pouco
material para o que tinha em mãos.
O
autor preferia também dizer que a personagem sentia medo, em vez de me
mostrar como esse medo se reflectia nele, no seu corpo. Contudo também
confesso que numa coisa foi bastante descritivo: os Grievers.
Contudo, e embora neste tipo de livro esse tipo de estilo não seja muito
incómodo, é algo que não gosto de ler/ouvir em livro algum. Daí que não
tenha apreciado a escrita do autor e tenha ficado com a sensação que se a
prosa fosse diferente eu teria gostado ainda mais do livro.
Em suma, The Maze Runner - Correr ou Morrer, foi um livro que me
entreteve durante vários dias, com boas personagens e uma história mais
complexa do que parecia à primeira vista. Vou, certamente, continuara
ler a série.
P.S.: É impossível não comparar este livro com o Deus das Moscas, especialmente por causa de quem acaba por morrer no fim. Déjà-vu! Mas, apesar disso, The Maze Runner não chega aos calcanhares do Deus das Moscas.
2 comentários:
Vai haver o filme, este ano ainda. Vai ser com o Dylan O'Brien, um actor da série Teen Wolf. Interessou-me a história ;)
Rita, Sim eu soube do filme no dia depois de acabar de ler o primeiro livro. Pelo trailer parece bom e fiel ao livro.
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