25/03/2014

The Maze Runner - Correr ou Morrer (opinião)



"The Maze Runner - Correr ou Morrer", de James Dashner

Opinião (Ana Nunes)
Há uns anos atrás fiquei curiosa com este livro, mas como o tempo foi passando, acabei por me esquecer dele, até que recentemente consegui a versão audioboook e a curiosidade voltou. E na verdade se for para ler YA (literatura juvenil, jovem-adultos) prefiro fazê-lo no campo das distopias, embora mais facilmente me vejam a ler romances paranormais (que muito raramente me satisfazem).
The Maze Runner parte de uma premissa muito interessante e algo claustrofóbica: Thomas, um jovem desperta sem memória e é transportado para uma pequena comunidade de jovens rapazes que tentam, todos os dias, resolver o labirinto que os aprisiona.

A nível de enredo, o que a princípio parece ser algo simples e sem grandes surpresas, revela-se bastante mais complexo. na parte final, especialmente, há grandes desenvolvimentos. E embora no início o desenrolar da história seja lento, a pouco e pouco o leitor passa a tomar conhecimento dos factos e tudo se complica. Quase como se o leitor estivesse no mesmo estado de desconhecimento total que o protagonista. Nessa medida o livro é uma escalada que culmina de forma a que o leitor fique com vontade de ler mais, mas sem ficar aquela sensação de que, no final de contos, não sabe ainda nada. Ou seja, o autor revelou informações suficientes, e deu respostas suficientes para me deixar satisfeita e com vontade de ler o segundo volume.
Confesso que no início temia que a história fosse aborrecida e previsível mas, felizmente, não foi tanto assim, pois apesar de uma boa dose de previsibilidade a história é suficientemente complexa para não ser, de todo, monótona.

A nível de personagens achei fácil apegar-me a elas. O Chuck, o Minho, o Newt, e em especial o Thomas que é um daqueles protagonistas por quem é impossível não torcer, apesar de todo o mistério que o rodeia. Mas não é só ele! Praticamente todas as personagens são bem usadas e isso torna-as mais ... ricas. Excepções feitas com o Galley, que pouco mais é que um bully genérico, e a Teresa que parece demasiado conveniente e unidimensional. Não tem personalidade, o que é triste, considerando que é a única rapariga. E a menos que se acabe por descobrir que está a ser controlada, espero bem que no segundo volume a usem de forma mais eficiente.

A escrita do autor, infelizmente, foi o ponto fraco do livro. A prosa é muito simples, pouco descritiva e pouco imaginativa. Para conseguir visualizar o labirinto tive de usar a minha imaginação, mais do que o normal, pois o autor deu-nos apenas indicadores muito vagos. Pouco material para o que tinha em mãos.
O autor preferia também dizer que a personagem sentia medo, em vez de me mostrar como esse medo se reflectia nele, no seu corpo. Contudo também confesso que numa coisa foi bastante descritivo: os Grievers.
Contudo, e embora neste tipo de livro esse tipo de estilo não seja muito incómodo, é algo que não gosto de ler/ouvir em livro algum. Daí que não tenha apreciado a escrita do autor e tenha ficado com a sensação que se a prosa fosse diferente eu teria gostado ainda mais do livro.

Em suma, The Maze Runner - Correr ou Morrer, foi um livro que me entreteve durante vários dias, com boas personagens e uma história mais complexa do que parecia à primeira vista. Vou, certamente, continuara  ler a série.

P.S.: É impossível não comparar este livro com o Deus das Moscas, especialmente por causa de quem acaba por morrer no fim. Déjà-vu! Mas, apesar disso, The Maze Runner não chega aos calcanhares do Deus das Moscas.

2 comentários:

Rita Castro disse...

Vai haver o filme, este ano ainda. Vai ser com o Dylan O'Brien, um actor da série Teen Wolf. Interessou-me a história ;)

Ana C. Nunes disse...

Rita, Sim eu soube do filme no dia depois de acabar de ler o primeiro livro. Pelo trailer parece bom e fiel ao livro.