19/05/2014

O Anjo Negro, de Paul Hoffman (opinião)



Opinião:
Devo dizer que o género literário fantástico não me atrai, mas quando me ofereceram o 1º livro desta trilogia O Braço Esquerdo de Deus, foi uma agradável surpresa, um livro que se lê com fluidez,  e admito que gostei, quando saiu 2º livro As Quatro últimas coisas, quis continuar a ler e fiquei decepcionada, não me cativou e foi uma leitura forçada tanto que nem esperava ler o 3º O Anjo Negro, se não fosse uma oferta inesperada, e o autor voltou a cativar-me.
Esta trilogia passa-se numa época medieval, onde se praticavam actos de crueldade em nome dos chamados Redentores, cujo o objectivo era exterminar a humanidade, muitas batalhas sangrentas foram levadas a cabo, onde um acólito chamado Thomas Cale teve um papel fundamental, criado e treinado num Santuário testemunhou actos bárbaros da parte do seu maior inimigo o papa Redentor Bosco até conseguir fugir do mesmo.
Referente a este livro O Anjo Negro, vamos continuar acompanhar o jovem protagonista Thomas Cale e os seus amigos de sempre Kleist e Henri Vago. Temos um Cale fragilizado, depois de se tornar famoso por lutar como o Braço Esquerdo de Deus, e de ter feito por onde passou admiradores, mas também muitos inimigos, são muitos os que o temem devido à sua fama, mas Cale está doente sem forças, não só fisicamente, como o seu estado psicológico está totalmente em baixo.
Para continuar a sua luta Cale precisa de ajuda para sair do sitio onde está, além disso corre risco de vida, mas a sua energia está tão baixo, que sozinho não é capaz, só mesmo a sede de vingança o move. E com ajuda daqueles que conquistou que e que se vão colocar do seu lado no tempo e na hora certa quando mais precisar, Cale vai agir e tomar uma decisão. Muitos que o querem ver morto não vão desperdiçar a primeira oportunidade que tiverem para o fazer.
Nesta narrativa Cale continua a demonstrar ser uma personagem enigmática, com dois lados tão opostos na sua personalidade, consegue ser impiedoso e cruel contra aqueles que oprimem e fazem mal, e ao mesmo tempo demonstra também o seu outro lado humano perante aqueles que são seus amigos e de quem gosta, por vezes tendo de enfrentar  personagens estranhos, obscuros, bizarros mesmo.
Muito doente e sem forças, precisa tomar uma decisão, a sua motivação centra-se no espírito de vingança, e no seu grande objectivo chegar ao Santuário dos Redentores, o destino da humanidade depende de si, mesmo que não tenha forças para lutar fisicamente, precisam da sua presença, da sua mente, da sua inteligência, mas são tantas as intrigas e obstáculos que se colocam no seu caminho...
Este último livro mais esclarecedor, revelou algumas coisas que faltavam saber sobre os protagonistas, revelações que nos ajudam a perceber e a juntar as peças sobre o passado de Cale, Kleist e Henri Vago que ficou por dizer nos livros anteriores, assim como de outros personagens chave.
Com outro ritmo e uma história mais envolvente o autor conseguiu um bom desfecho para esta trilogia, recomendo a sua leitura a quem como eu ficou decepcionado com o segundo livro, a dar uma oportunidade ao autor e ler O Anjo Negro.



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