Opinião:
Nunca
me Esqueças, foi o livro que me fez ficar fã da
autora, gosto em especial de todos os livros em que as histórias sejam passadas noutro
século, cativam-me mais, acho-as mais fascinantes e gosto que a autora escreva sobre mulheres lutadoras e de
personalidade forte, numa altura em que não eram valorizadas.
Perdoa-me
trata-se de um romance contemporâneo, diferente dos outros livros da autora, e
o titulo à partida pode parecer estranho mas faz todo o sentido, quando se
termina a sua leitura.
Como é que uma mulher
que supostamente tem tudo para ser feliz se suicida? Casada, com uma boa casa e
três filhos, pressupõe-se que esteja bem, mas... lá está as aparências iludem.
Eva uma jovem de vinte
anos encontra a sua mãe morta dentro de casa, trata-se de suicídio, e todo o
seu mundo se desmorona a partir daqui, não é para menos, Eva procura proteger
os seus dois irmãos mais novos Ben e Sophia, de visualizarem a morte da mãe, tentando
protegê-los. Cada um vai reagir de modo diferente a esta tragédia, pois as suas
personalidades são completamente distintas, Andrew o pai também ele reage de
uma forma pouco comum.
Eva tem a forte
sensação que não é bem vinda na sua casa, onde cresceu, tenta a todo o custo
que a normalidade se instale dentro do possível numa situação destas, mas nada
do que faz está bem, sente-se a mais.
Até que uma verdade cai-lhe em cima, é como se o mundo tivesse acabado, tal é o impacto. Imagine que
tudo em que acreditava afinal tratava-se de uma mentira? O que é fazia? Tentava deixar
tudo como estava ou tentava descobrir toda a verdade?
Eva demonstra ser uma
lutadora e resolve seguir com a vida para a frente, deixa o trabalho e deixa
a casa onde viveu e instalando-se num estúdio que a mãe lhe deixou em
testamento em Londres.
Mas Eva não vai ter a
vida facilitada em nada, contratempos e “desgraças” vão-lhe surgir, quando
pensa que está a ficar bem, algo lhe destrói os sonhos todos, tem que recomeçar
do zero.
E no meio disto tudo
descobre uns diários da mãe, que a vão levar à Escócia numa tentativa desenfreada
de saber e conhecer a pessoa com quem viveu durante 20 anos, pois Flora
revela-se uma Caixa de Pandora, com tantos segredos e mistérios em torno dela.
Eva apesar de todos os
obstáculos e ameaças da parte de alguém que a tenta impedir, não desiste de investigar o passado da mãe e procurar a
verdade, pois descobre que viveu durante anos num mundo de mentiras e ilusões,
quem era afinal Flora a sua mãe?
Aqui a autora podia ter suavizado um pouco mais e não trazer tantas desgraças à vida da jovem Eva, foram
desilusões atrás umas das outras, acho que infligiu sofrimento a mais.
A sua viagem à Escócia
além de reconfortante para a protagonista, também foi um brinde para o leitor,
pelas suas paisagens, um país que imagino que seja magnifico, que eu gostaria de visitar.
Mas o mais importante
nesta viagem para Eva são as pequenas descobertas que faz sobre a sua mãe, uma
mulher que no passado foi completamente o oposto, como acreditar que aquela
mulher de quem lhe falam e contam coisas possa ter sido a sua mãe? Como pode ter cometido um crime daqueles? E será que ao estar
a desenterrar segredos do passado isso poderá de alguma forma vir a prejudicar
ainda mais?
Foi em volta deste
mistério que autora conseguiu uma história intrigante e envolta de suspense até ao final, o desvendar sobre quem foi a verdadeira Flora e a sua vida, e tentar
entender não aceitar, mas entender o porque de cometer tal acto para acabar com
a própria vida.
Uma narrativa de
emoções fortes, recheada de segredos, com muito mistério, aborda temas como
traição, morte, relações familiares, amor, tendo personagens bastante
cativantes, apesar de não se integrar no mesmo registo habitual a que autora
nos habituou, os fãs não deixaram de gostar tenho a certeza, supostamente existe na personagem Eva, um pouco da vida da própria autora.
Pode ler sobre o livro Perdoa-me aqui
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