21/06/2014

Sou um Clandestino, de Susanna Tamaro (opinião)



Opinião:         
Quem não conhece esta autora através do seu livro de maior sucesso Vai Aonde te Leva o Coração, mesmo quem não o leu já ouviu falar de certeza deste livro, pessoalmente já li várias obras da autora e confesso que gostei mais de umas do que de outras, mas isso é normal, nem tudo pode nos agradar sempre.

Sou um Clandestino é o primeiro romance escrito por Susanna Tamaro, que permaneceu inédito até ao início de 2014. Uma obra que se insurge contra a solidão e o exalta o esplendor da vida.

Este romance tem como narrador o próprio protagonista, um jovem de 25 anos que resolve fazer uma viagem física a Illmitz uma pequena cidade da Áustria, com o o objectivo de encontrar as suas raízes, mas também uma viagem espiritual, trata-se de uma tentativa de se encontrar a si próprio.
Somos arrastados pela introspecção deste personagem que nos relata a morte trágica da sua irmã, memória que o assola constantemente, perturba-o, não o deixa ter paz de espírito, e da sua vida, pois vive perseguido por fantasmas do passado, tenta portanto nesta sua viagem conseguir encontrar-se a si mesmo e apaziguar o seu estado de espírito.
E nesta pequena cidade o protagonista no meio da natureza relembra o seu passado e tenta encontrar as suas raízes a sua identidade, foi aqui que a sua família viveu, antes de se mudar, e aqui toma consciência de si mesmo, através de auto-descoberta, ao tentar superar sentimentos que o perseguem e o tornam tão frágil espiritualmente, recordações vão emergindo da sua mente, não só da sua infância com a sua irmã, mas da actualidade da sua namorada que é o oposto de si, do vizinho do lado, da sua mãe, que também morreu, do seu melhor amigo de infância, tudo vem ao de cima, numa tentativa de superar e ultrapassar os seus medos.
Trata-se de uma narrativa pequena mas intensa, comovente, mas também triste, de alguém que vive numa angústia de se encontrar a si mesmo, aliviar a sua dor, a sua solidão, as suas angustias e ficar bem com o seu passado, uma introspecção muito pessoal.

Várias coisas me perturbam nesta minha estadia. A curiosidade da viagem, a ideia de ir em busca das minhas raízes revela-se, de modo geral, artificial.

Talvez a solidão me tenha curado ou talvez a minha solidão não passe de ilusão; regressado à vida quotidiana, a angústia ainda saberá descarnar-me.
 

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Para mais informações sobre o livro Sou um Clandestino aqui




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