10/09/2014

A Cortesã, de Sarah Dunant (opinião)



Opinião:
Como sou fã de romances históricos, não podia deixar de ler A Cortesã.
Este livro é narrado pelo anão Bucino, uma figura muito peculiar, excêntrica, que não se separa por nada deste mundo da sua cortesã Fiammetta, e é sobre este dois personagens que se baseia praticamente esta narrativa, devo realçar que gostei em particular dos seus diálogos, e da sua fidelidade, enquanto sócios e amigos.
Fiammetta Bianchini vive em Roma em 1527, e é bem conhecida por todos, mas tem que fugir quando se dá o saque, perde todos os seus bens, inclusive os seus preciosos cabelos. Juntamente com o anão Bucino, refugia-se em Veneza, só que não vai encontrar a sua cidade da mesma forma, volta para a casa de sua mãe que entretanto faleceu, mas vai ter de lutar para conseguir um lugar decente, mas em especial tentar sobreviver.
Só pode confiar no seu fiel amigo Bucino, que tudo faz para a agradar e dar as comodidades necessárias à sua cortesã, o que não vai ser uma tarefa fácil, tem que providenciar onde dormir, comer e o mais complicado é arranjar dinheiro para tudo isso, o que consegue com a venda das pedras preciosas que esconderam.
Será em torno da sua sobrevivência e das suas aventuras ou desventuras em Veneza que a autora criou este enredo, onde prima pelas descrições em pormenor sobre a época, sobre o ambiente e a sociedade. O problema é que por vezes as autora alonga-se demais nas descrições, o que faz com que a leitura se torne mais morosa, no inicio prende, mas depois durante a leitura vai-se perdendo um pouco o interesse na história, tornando-a um pouco maçuda, felizmente a autora consegue voltar a envolver o leitor mais há frente.
No entanto gostei do personagem Bucino o anão, e gostei em especial de uma personagem envolta em mistério, que se esconde debaixo das suas deficiências, no que concerne a esta personagem há algo nela que desperta interesse em saber mais sobre a mesma, conhecida como La Draga vai a ajudar a Cortesã Fiammetta a recuperar a sua beleza e o seu estatuto.
Eu como gosto de livros descritivos não me cansei da sua leitura, achei que o enredo, e as personagens se coadunam e enquadram na época, visualizamos como era a vida das cortesãs em Itália durante o século XVI, assim como todo o meio ambiente de Veneza, os seus edifícios e tudo o que rodeava a cidade, nota-se que a autora teve uma preocupação exaustiva de fazer pesquisa histórica sobre esta época renascentista.
E apesar de Fiammetta Bianchini e anão Bucino, serem personagens fictícios,  La Draga (Elena) de facto existiu tinha fama de curandeira, era parcialmente incapacitada e sofria de falta de visão, assim como outros personagens memoráveis mencionados ao longo do livro.
Em suma trata-se de uma história envolvente, com alguns personagens que nos cativam mais do que outros, com um enredo com algumas reviravoltas, não sendo uma leitura compulsiva, trata-se de um livro cativante sobre uma época em que Veneza estava no auge.

Pode ver o livro A Cortesã aqui 

 

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