Opinião:
Como sou fã de romances históricos, não podia deixar de ler A Cortesã.
Este livro é narrado
pelo anão Bucino, uma figura muito peculiar, excêntrica, que não se separa por
nada deste mundo da sua cortesã
Fiammetta, e é sobre este dois personagens que se baseia praticamente esta
narrativa, devo realçar que gostei em particular dos seus diálogos, e da sua
fidelidade, enquanto sócios e amigos.
Fiammetta Bianchini
vive em Roma em 1527, e é bem conhecida por todos, mas tem que fugir quando se
dá o saque, perde todos os seus bens, inclusive os seus preciosos
cabelos. Juntamente com o anão Bucino, refugia-se em Veneza, só que não
vai encontrar a sua cidade da mesma forma, volta para a casa de sua mãe que entretanto
faleceu, mas vai ter de lutar para conseguir um lugar decente, mas em especial tentar sobreviver.
Só pode confiar no
seu fiel amigo Bucino, que tudo faz para a agradar e dar as comodidades necessárias à sua cortesã, o que não vai ser uma tarefa fácil, tem que providenciar onde dormir,
comer e o mais complicado é arranjar dinheiro para tudo isso, o que consegue com a venda das pedras
preciosas que esconderam.
Será em torno da sua
sobrevivência e das suas aventuras ou desventuras em Veneza que a autora criou
este enredo, onde prima pelas descrições em pormenor sobre a época, sobre o
ambiente e a sociedade. O problema é que por
vezes as autora alonga-se demais nas descrições, o que faz com que a leitura se
torne mais morosa, no
inicio prende, mas depois durante a leitura vai-se perdendo um pouco o
interesse na história, tornando-a um pouco maçuda, felizmente a autora consegue
voltar a envolver o leitor mais há frente.
No entanto gostei do
personagem Bucino o anão, e gostei em especial de uma personagem envolta em
mistério, que se esconde debaixo das suas deficiências, no que concerne a
esta personagem há algo nela que desperta interesse em saber mais sobre a mesma,
conhecida como La Draga vai a ajudar a Cortesã Fiammetta a
recuperar a sua beleza e o seu estatuto.
Eu como gosto de livros
descritivos não me cansei da sua leitura, achei que o enredo, e as personagens se coadunam
e enquadram na época, visualizamos como era a vida das cortesãs em Itália durante o
século XVI, assim como todo o meio ambiente de Veneza, os seus edifícios e tudo
o que rodeava a cidade, nota-se que a autora teve uma preocupação exaustiva de
fazer pesquisa histórica sobre esta época renascentista.
E apesar de Fiammetta
Bianchini e anão Bucino, serem personagens fictícios, La Draga (Elena) de facto existiu tinha fama
de curandeira, era parcialmente incapacitada e sofria de falta de visão, assim como
outros personagens memoráveis mencionados ao longo do livro.
Em suma trata-se de uma história
envolvente, com alguns personagens que nos cativam mais do que outros, com um enredo com algumas
reviravoltas, não sendo uma leitura compulsiva, trata-se de um livro cativante sobre uma época em que Veneza estava no auge.
Pode ver o livro A Cortesã aqui
0 comentários:
Enviar um comentário