27/10/2014

O Manuscrito nos Confins do Mundo, de Marcello Simoni, (opinião)



Opinião:
O Manuscrito nos Confins do Mundo, é o terceiro livro protagonizado por Ignazio de Toledo, o «mercador de livros mais famoso da Historia», encerra a trilogia. 
Um thriller histórico, que decorre no ano de 1229, Suger de Petit-Pont um magíster medicinae, na cidade de Paris é perseguido por uma figura que procura ajuda, está a morrer, e deixa-lhe uma missão de entregar um manto em Nápoles, a troco de pagamento, depois de ajudar este homem, mais tarde visualiza um misterioso cavaleiro que vai deixar um rasto de morte ao longo do livro.
Ao mesmo tempo também Ignazio de Toledo e o seu filho Uberto se dirigem para a cidade de Nápoles para vender uma relíquia, vão-se cruzar com Suger de Petit-Pont, e quer o destino que Ignazio esteja no sitio errado há hora errada e acabe por ser acusado de pertencer a uma seita que a igreja condena, quando presencia a morte da pessoa que Suger tanto procurava, tendo um vislumbre do cavaleiro misterioso tal como Suger teve.
E são estas estranhas mortes que chamam atenção de Konrad von Marburg, o inquisidor implacável que persegue todos aqueles que são Luciferianos, ou que não sigam a religião cristã. Uma figura que não vai dar tréguas até conseguir atingir os seus fins.
O enredo gira em torno do mistério deste manto em que Ignazio se vê de repente enredado, acabando por ser perseguido e acusado, não tendo outro remédio se não tentar provar a sua inocência, uma tarefa que não se vai apresentar nada fácil, estão a confundi-lo com um magister de Toledo (homem negro) e para isso o mercador terá que partir para o sul de Itália, na Sicilia dirgir-se à «Corte dos Milagres» de Frederico II, para fazer uma investigação com o intuito de conseguir decifrar o significado do manto para provar a sua inocência, e de que não faz parte desta seita.
E é com Ignazio que o leitor é envolvido nesta odisseia, onde o mercador coloca mais uma vez a sua inteligência e capacidade de decifrar enigmas à prova, juntamente com a ajuda do filho Uberto, pois ambos correm risco de vida se forem apanhados, trata-se de uma corrida contra o tempo, com muitas peripécias e um leque de personagens muito eclécticas que vão surgindo no caminho.
O autor conseguiu mais uma vez através de um cenário medieval tão repleto de temas como o misticismo, cultos, religião, seitas, criar uma história cheia de mistério e enigmas, a onde não faltam as investigações tão características deste protagonista, Ignazio, uma narrativa que prende desde o inicio até ao fim quer pela sua história com suspense, quer pelos personagens enigmáticos e inteligentes.  
Tal como nos seus livros anteriores também este tem capítulos curtos, mas uma escrita mais fluída, onde o autor demonstrou que sabe criar thrillers históricos com bastantes detalhes, em que não falta dinâmica, enredos cheios de ritmo, de reviravoltas e aventuras que agarram e captam atenção do leitor. Muito bom.




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