09/12/2014

Adultério de Paulo Coelho (opinião)


A ação deste romance centra-se em Genebra, Suíça, onde uma jornalista, Linda de 31 anos, trabalha no jornal mais importante de Genebra. Linda é casada com um dos homens mais ricos de Genebra e vive um casamento de sonho na perfeição do seu marido (compreensivo, amigo e financeiramente bastante bem) e de seus dois filhos (uns autênticos amores).
Num certo momento, meses após uma entrevista com um escritor, esta estabilidade e felicidade não são suficientes para Linda se sentir mulher, para não se sentir humana, para não se sentir feliz! então procura saber que se passa com ela. Rapidamente, devido à sua profissão, descobre que está num estado depressivo, recusando-se a utilização de fármacos para se tratar, inicia uma busca em terapias alternativas, sempre sobre o seu disfarce de jornalista.
Em uma das suas entrevistas para o jornal Linda irá entrevistar, Jacob König, um promissor politico Suíço que foi um antigo namorado seu dos seus tempos de meninice. De Jacob pairam suspeitas de traição e de estar a ser chantageado por essas traições que são conhecidas e aprovadas por Marianne König, sua esposa. Nessa entrevista Linda revela-se de forma surpreendente e o rumo de sua vida jamais será o mesmo, tal como aconteceu com a opinião que fiquei desde esse momento sobre o livro.

Paulo Coelho tenta e digo tenta com alguma sofreguidão escrever um livro de auto ajuda encapotado num romance onde em ondas sinusoidais tenta cativar leitores adeptos do erotismo literário (talvez tentando vender mais uns exemplares aos adoradores de E. L. James, quem sabe), o autor anda nestas tentativas que não chegam a lado nenhum ficando tudo com um ar de inacabado, até a suposta depressão de Linda dilui-se em duvidas.
O autor leva-nos numa viagem que segue por uma epístola de são Paulo aos coríntios, passando por João Calvino curvando num xamã cubano mas sempre retornando ao tema “amor”, uma viagem que se perde em tantas diferentes incursões e sem um objetivo claro mas que terminam sempre no “amor”.
As personagens, com exceção de Linda, são pobres e dúbias, então o marido de Linda é um autentico autómato que derrapa numa noite mas volta a grudar na sua normalidade perfeccionista, um sonho de homem.

A escrita é agradável e simplicista complementada por uma descrição fantástica sobre factos da Suíça seus habitantes, costumes e leis que deliciam qualquer leitor este é o auge que Paulo Coelho atinge neste livro.
Nem mesmo a sua birra sobre o a calculadora do iPad ou então essa birra não passa de um erro clamoroso de revisão, melhor da falta dela, conseguem fazer que este livro não passe de uma leitura agradável mas dispensável.

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