Opinião:
As
Instruções da Pitonisa, o tão aguardado final de uma
trilogia espectacular, por muitos thrillers,
policiais que já tenha lido, não posso comparar com outros, pois esta trilogia
consegue ser diferente.
A
Rapariga Corvo e Fome
de Fogo deram-me durante a sua leitura muitas vezes um murro no estômago, até mesmo repugnância, de tão forte e macabros que são nalgumas passagens, e pelos temas abordados como a pedofilia que me
choca imenso, e pelos os actos perpetuados, as abominações praticadas.
As
Instruções da Pitonisa, é o desfecho que finalmente nos
dá a conhecer As Faces de Victoria
Bergman, chocante mas não tanto quanto a mim, como os dois primeiros volumes, trás-nos
aquilo que precisamos para encerrar e deitar por terra tudo o que lemos nos
volumes anteriores.
A detective Jeanette
Kihlberg está determinada a ir até ao fim na investigação e encontrar o(s)
culpado(s) pelas mortes macabras ocorridas, mas não é fácil, pois o(s) culpado(s)
estão sempre um passo à frente, e o facto dos seus superiores não ajudarem também
a impedem de prosseguir mais depressa, ainda assim é uma detective que vê e
descortina aquilo que os outros não conseguem ver. Ao mesmo tempo Jeanette
tenta aproximar-se mais da psicóloga Sofia Zetterlund, que continua a lutar com
os fantasmas do seu passado.
Os capítulos são de
novo intercalados entre o passado e o presente, isso ajuda o leitor a
compreender melhor o que se passou com Victoria Bergman, um passado que nos
perturbada bastante ler, mas que nos faz entender as suas atitudes no presente, também este livro trás-nos revelações que deitam por terra aquilo que
fomos imaginando e formulando na nossa mente. Uma outra personagem que nos deixa curiosos,
porque não deixa ninguém se aproximar e só procura vingança, trata-se de Madeleine, no
fundo tem mais do que razões para o fazer.
Ainda no meio disto
tudo os autores conseguiram deixar-me estupefacta com um outro personagem que
fez parte do passado de Victoria.
Tive a confirmação de
quão estranho é este povo, já me tinha apercebido ao ler outros livros nórdicos,
mas não deixo de ficar espantada com a sua maneira de viver e ver as coisas, um
país civilizado que se esconde por detrás destes actos hediondos.
É de novo um thriller psicológico
intenso, com um enredo sombrio, que combina com o cenário e o tempo frio do país,
com as próprias pessoas, a escrita dos autores directa, sem floreados, nua e
crua, por muito que choque é impossível largar pois queremos muito saber o que
vai acontecer a seguir, mais uma vez fui completamente envolvida nas voltas e reviravoltas
desta narrativa.
E que dizer do final? Não estava de todo à espera, fiquei a
pensar no mesmo durante algum tempo, não era um final que eu quisesse, mas é
isto mesmo que eu gosto num livro é que me consiga surpreender.
Foi sem dúvida uma
trilogia avassaladora que me provocou um misto de sentimentos tal é sua intensidade,
com este último livro as peças que faltavam dos dois livros anteriores finalmente
encaixaram-se todas.
Volto a frisar, trata-se
de uma trilogia chocante, arrepiante, intensa, macabra.
Que eu recomendo sem
dúvida alguma aos amantes do género.
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