Cinco Dias de Vida
apresenta-nos duas histórias distintas, que se cruzam apenas pelo facto dos
protagonistas conversarem através de um fórum cujo o tema é adopção.
Começa
com Mara, uma
advogada realizada, casada, mãe de uma menina, Mara é portadora de uma
doença
genética incurável, que está a devastar a sua vida, trata-se da doença
de
Huntington (não conhecia por isso fui fazer uma pesquisa na net). Uma
doença
neurodegenerativa que incapacita a pessoa a ponto de um dia a deixar
totalmente
dependente de outrem, algo que a protagonista não consegue aceitar que
lhe aconteça, por isso relata-nos durante cinco dias todos os seus
receios e
medos, pois não quer colocar esta carga nas costas da família, e como
tal tomou
uma decisão drástica, e também porque ela quer manter e preservar a sua
dignidade. Será que está certa? Será que agíamos da mesma maneira?
A outra história é
sobre um professor, Scott e a sua esposa que se tornam numa família de
acolhimento durante um período de um ano, ficam responsáveis por um menino cuja
a mãe foi presa, mas esse prazo está a chegar ao fim, e o menino terá de voltar
para a mãe. Scott não consegue aceitar a ideia de o perder, pois apegou-se ao
menino como se este fosse um filho, Scott durante cinco dias demonstra o quanto é uma pessoa emotiva, os seus sentimentos
transparecem durante a leitura.
São duas narrativas que
nos fazem pensar sobre as partidas que a vida nos prega, para as quais não
estamos preparados, que nos obrigam a agir e a tomar decisões de se escolher o que
acha melhor, apesar de que talvez o que seja bom para si não o seja para os outros.
A história de Mara foi
a que mais me afectou, apesar de que ambas me fizeram questionar, se eu estivesse no lugar dos personagens o que faria?
Um livro que nos leva a reflectir, pois aborda dois temas que além de serem delicados não deixam de ser também polémicos, e que de alguma forma mexem com o leitor, podem dividir-nos ao
longo da leitura, talvez se sinta empatia mais por uma história do que pela
outra, o certo é que a autora conseguiu transmitir o sofrimento, a frustração destes dois personagens de uma maneira muito
real e triste, pois trata-se de despedidas, de perdas, de escolhas. No final é normal que cada leitor faça a sua própria análise.
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