Opinião:
Antes
Que Morras, é protagonizado pela mesma detective do livro anterior, Lorraine
Fisher, que decide visitar a irmã na pacata aldeia rural de Radcote, onde ambas
cresceram, e é neste cenário que toda a acção do livro acontece.
Trata-se de uma terra sombria e algo sinistra, o cenário idílico onde coisas estranhas estão a acontecer, também alguns dos seus habitantes
são bem peculiares, vamos conhecendo-os ao longo do livro e ficando com
a noção de que aquilo que parece no fundo não o é, tudo isto serve de pano de
fundo para esta história que se vai tornando inquietante à medida que se avança nela.
A autora aborda vários
temas sensíveis, mas actuais, que se passam com os jovens, como o bullying, a auto-mutilação, o suicídio
juvenil, e o problema dos sem abrigo.
Nesta pacata aldeia já
ocorreram diversos suicídios de jovens, e junto dos seus corpos foi encontrada
uma nota de suicídio, que fazem questionar Lorraine, assim como lança dúvidas
no leitor, a veracidade de tais notas, o que está nas suas entrelinhas?
O ambiente entre os
habitantes é tenso, devido às ocorrências das mortes dos jovens, e
quando o sobrinho de Lorraine, de repente desaparece, e ninguém sabe o que se
estava a passar com ele, a detective decide tomar as rédeas da investigação
devido à incompetência do responsável da policial em quem não confia.
Num cenário onde todos
se conhecem começa a surgir um clima de desconfiança, as aparências enganam
mais do que seria de imaginar, Lorraine tenta numa corrida contra o tempo
descobrir o que as pessoas na realidade escondem umas das outras, segredos que ninguém quer revelar.
Se de inicio temos uma
história com um ritmo mais lento, depois do despoletar de certos acontecimentos
somos embrenhados numa leitura mais compulsiva, pelo facto de se querer
deslindar o que pode estar por detrás destes suicídios suspeitos, e do
desaparecimento do sobrinho da detective.
A própria história vai
se tornando mais intensiva à medida que se vão conhecendo os personagens, e o
mistério em torno deles vai sendo desvendado, pois eles ludibriam com a sua aparência, todos de uma maneira ou de outra escondem segredos pessoais.
Acho que autora
conseguiu o seu objectivo ao criar um enredo intenso e nada previsível, envolvendo
questões complexas, e mantendo o suspense certo em torno das mesmas, faz-nos
suspeitar de certos personagens, para depois surpreender-nos no final com
revelações que não estamos de todo à espera, e é precisamente disso que gosto num bom policial, ser
surpreendida.
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