29/11/2015

A Imperatriz da Rússia, de Eva Stachniak (opinião)



Opinião: Apesar de ler muitos romances históricos, não li quase nada sobre a história da Rússia, mas que me fascina de igual maneira, gostei imenso do livro O Palácio de Inverno, em que acompanhamos o percurso da jovem Sofia quando chega à corte da Rússia no século XVIII.
A Imperatriz da Rússia, começa com Catarina no seu leito, após sofrer um acidente vascular cerebral, e através de flashbacks, acompanhamos todo o seu percurso enquanto imperatriz, e como conduziu a Rússia durante o seu reinado ao longo de trinta e tal anos.
De jovem doce e ingénua Sofia, assistimos à sua transformação enquanto imperatriz Catarina a Grande, ao tornar-se numa das mulheres mais poderosas da história, com uma personalidade forte, determinada, que marcou este período, onde dificilmente as mulheres sobressaiam, onde o poder lhes era vedado, Catarina conseguiu triunfar.
Nesta narrativa acompanhamos a sua vida, a sua luta por se manter no poder, das dificuldades que enfrentou, assim como da riqueza que acumulou, o modo como dominava a corte com mão de ferro, não deixando nada nem ninguém intervir, nem o marido nem o seu único filho legitimo permitia que governassem, rodeada de conselheiros da sua confiança enquanto foi viva, nunca deixou de tentar deixar garantida a sucessão da sua dinastia, através do seu neto Alexandre.
Ao longo do livro temos também uma visão da sua vida intima na corte, a outra faceta que a tornou conhecida, ou seja pelos muitos amantes que teve, que eram como um escape para ela, o seu calcanhar de aquiles,  por outro lado sempre demonstrou um carinho e amor especial pelos netos, estando sempre presente e disponível para os receber e passar tempo na sua companhia.
De uma forma diferente a autora neste livro não se poupa a detalhes meticulosos e a descrições, nota-se que fez uma pesquisa apurada, o que faz com que não seja uma leitura compulsiva como no seu livro anterior, este é de leitura morosa, sendo a estrutura deste romance mais complexa. Também a deambulações de Catarina tornam o enredo mais pesado, os seus últimos pensamentos e as sensações do que lhe está acontecer.
Mas trata-se de um livro igualmente cativante, com mais pormenores históricos, em que autora retratou não só um país e a sua corte, mas em especial uma mulher memorável, cujo o reinado ficou bem conhecido na história. Muito bom, recomendo aos amantes do género.



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