10/02/2016

A Revolução da Mulher das Pevides, de Isabel Ricardo (opinião)



Opinião:
Tive conhecimento da Colecção A História de Portugal em Romances, através do livro - Uma Praça em Antuérpia, agora resta-me ir comprando pouco a pouco os outros livros, apaixonada como sou por romances históricos.
A Revolução da Mulher das Pevides, leva-nos ao ano de 1807, quando o exército de Napoleão invadiu Portugal com as suas tropas. Sofremos nas mãos dos franceses crueldades que são inarráveis, sendo nós um povo pacifico e hospitaleiro, tivemos que nos subjugar temporariamente a estes bárbaros até se dar a revolta.
A autora pegou neste pedaço da história de Portugal e construiu um romance que nos envolve completamente, as personagens conquistam-nos em cada capitulo, em especial as da terra de Nazaré, com a sua linguagem tão característica e peculiar, tive alguma dificuldade no inicio em perceber as suas falas, até me habituar ao conceito explicado, ou seja se soubermos a terminação das palavras é fácil, fizeram-me rir ao longo do livro pela sua forma de falar e não só também devido às suas peripécias.
Eu sei que o povo português sempre foi forte e corajoso, especialmente aventureiro, através das suas odisseias por mar, mas esta parte da história confesso que não me lembro de ler sobre a mesma, mais uma vez demonstramos a nossa valentia ao enfrentar os franceses. Novos e velhos, homens e mulheres desencadearam uma verdadeira revolução e enfrentaram as tropas de Napoleão sem armas próprias para o efeito, mas sim através da sua astúcia.
Nota-se que a autora fez uma pesquisa apurada em factos históricos para escrever sobre este período conturbado, na forma como descreve as ocorrências em detalhe da invasão, sobre a fuga do nosso Rei, sobre os Espanhóis, os Ingleses e os Russos, sobre quem eram os nossos aliados, inimigos e quem se manteve neutro nesta guerra, mas também porque se baseou em pessoas reais para recriar as personagens deste livro.
Foi uma narrativa que me fez sorrir várias vezes, devido ao leque de personagens da Nazaré, com os quais se vai criando empatia ao longo da narrativa, pela sua coragem e determinação e pelo seu sotaque característico da época, mas, também me fez ficar chocada e perturbada devido a certas cenas bárbaras protagonizadas pelas tropas de Napoleão. É fácil ficarmos envolvidos neste romance histórico, recomendo.
Fico a aguardar continuação, e, entretanto, quero ver se adquiro o livro "O último Conjurado".


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