Opinião:
O
PAI
é baseado na histórica verídica dos irmãos do autor Stefan Thunberg,
três jovens que cometeram uma série de assaltos na Suécia na década de 1990,
sem antecedentes criminais, foram sem dúvida muito engenhosos em esconder-se da
policia, factos reais que este thriller tão bem descreve.
Narrado entre o presente e o passado dos protagonistas, vamos
entender como é que eles se tornaram criminosos, saber como foi a sua infância ajuda, pois os irmãos Leo, Felix e Vincent, cresceram num lar cujo o
pai deixou marcas nos filhos para toda a vida, um pai que exigia que
se defendessem de agressões, agredindo, que retaliassem, conseguiu inculcar na
mente dos filhos a violência, moldando-os à sua imagem, sendo ele um pai e
marido agressivo e alcoólico.
Depois temos o presente
quando todos com menos de 24 anos, começam a onda de assaltos que deixa o país
em polvorosa, nunca tinham cometido um crime, de miúdos inocentes tornam-se
nos criminosos mais procurados da Suécia, um percurso que fizeram em dois anos,
com a ajuda do amigo de infância Jasper eles dão inicio a uma verdadeira
odisseia, e apesar de serem muito novos e completamente inexperientes no crime,
conseguem estar sempre um passo à frente da policia. Tudo é planeado ao
pormenor, sem deixarem rasto, ficam conhecidos pelo nome de “Gangue militar”
tal é a astúcia e minúcia com que executam os assaltos.
O detective encarregue da
investigação John Broncks, dedicou-se de noite e dia a perseguir e a tentar
desvendar quem estaria por detrás destes assaltos tão bem organizados e
planeados, não sendo de todo uma tarefa fácil, tornou-se completamente obsessivo
nesta caça ao homem, dedicando todo o seu tempo aos detalhes aparentemente
irrelevantes e díspares que outros não viam.
Devo dizer que o que me
prendeu e impressionou mais em toda esta narrativa não foi a acção em torno dos
assaltos, mas foi sem dúvida alguma toda a
história da infância destes três rapazes que despoletou em marcas profundas na
idade adulta e que fizeram com se tornassem criminosos, pois viviam ensombrados
pelo pai, em especial o mais velho.
E sem ser uma leitura
compulsiva nunca se perde o interesse, agarra-nos, porque é mais do
que um thriller, é um drama familiar complexo, uma história de lealdade entre
irmãos, de traumas, de culpa, de raiva, de amor, e é precisamente por tudo isto que vale a pena ler, muito bom. Recomendo.
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