Jornalista há mais de 20 anos, Conceição Queiroz é uma cara bem conhecida que todas as semanas entra em casa dos portugueses.
Neste novo livro mostra-nos a vida privada das elites durante o período do Estado Novo, entre os anos de 1945-1968. As festas, as rotinas e os luxos mantidos em discrição e preservados pela tradição familiar.
Sobre a autora:
Nasceu
na Ilha de Moçambique. É jornalista desde 1994. Trabalhou no grupo
Semanário e no Rádio Clube Português, e foi diretora de informação da
Televisão de Cabo Verde. É pivôt dos noticiários na TVI24 e, enquanto
grande repórter na TVI, esteve em reportagem em Angola, no Reino Unido,
em Moçambique, no Uganda, na África do Sul e num dos maiores campos de
refugiados do mundo, no Quénia.
O
seu trabalho foi distinguido por mais de uma dezena de prémios: entre
os que recebeu encontram-se galardões da Unesco, da Liga Portuguesa
Contra o Cancro e da AMI – Jornalismo Contra a Indiferença, e a
distinção como Personalidade do Ano na área de Informação em Televisão.
Licenciada
em Sociologia, é mestre em História Moderna e Contemporânea e
doutoranda em Estudos Portugueses, com especialização em Literatura
Portuguesa, na Universidade Nova de Lisboa. É membro do Centro de
Investigação Media e Jornalismo.
Sobre o livro:
Esta é uma obra fundamental, que revela a ostentação e a celebração vividas no regime autoritário do Estado Novo.
Com
o final da Segunda Guerra Mundial, Portugal conheceu um crescimento
económico invulgar, contexto no qual se potenciou o poder e a riqueza
dos mais influentes grupos económico-financeiros da ditadura, protegidos
pelo regime salazarista. Nesses anos, era luxuosa, mas discreta, a vida
dos membros das elites. Preservava-se a tradição familiar e investia-se
fortemente na educação, num contraste evidente em relação às condições
de vida da esmagadora maioria da população. Apesar das transformações
sociais geradas pelo 25 de abril, estas famílias mantêm hoje a sua
influência económica e política, sendo ainda das mais ricas do país.
Com
recurso a depoimentos inéditos, Conceição Queiroz desmonta neste livro
os sentidos das principais práticas sociais que unem os elementos das
elites portuguesas no período de 1945-1968. São exemplos as idas ao
Teatro Nacional de São Carlos para a ópera e para o ballet, as caçadas, o
hipismo, o golfe e o ténis, os passeios de iate, as idas à neve, os
encontros no Hotel Ritz, na Parada de Cascais e no Turf Club, as viagens
intercontinentais ou as sofisticadas festas.
Com
base na investigação que realizou para a sua tese de mestrado em
História Moderna e Contemporânea, a autora revela como as festas das
elites eram meros pretextos para que «as grandes famílias» pudessem
circular pelos mesmos espaços e a manter interesses em comum, que
passavam de geração, em plena ditadura.
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