23/05/2016

Vogais - A jornalista Conceição Queiroz mostra-nos «A Vida Privada das Elites do Estado Novo»


Jornalista há mais de 20 anos, Conceição Queiroz é uma cara bem conhecida que todas as semanas entra em casa dos portugueses. 
Neste novo livro mostra-nos a vida privada das elites durante o período do Estado Novo, entre os anos de 1945-1968. As festas, as rotinas e os luxos mantidos em discrição e preservados pela tradição familiar.

Sobre a autora:

Nasceu na Ilha de Moçambique. É jornalista desde 1994. Trabalhou no grupo Semanário e no Rádio Clube Português, e foi diretora de informação da Televisão de Cabo Verde. É pivôt dos noticiários na TVI24 e, enquanto grande repórter na TVI, esteve em reportagem em Angola, no Reino Unido, em Moçambique, no Uganda, na África do Sul e num dos maiores campos de refugiados do mundo, no Quénia.

O seu trabalho foi distinguido por mais de uma dezena de prémios: entre os que recebeu encontram-se galardões da Unesco, da Liga Portuguesa Contra o Cancro e da AMI – Jornalismo Contra a Indiferença, e a distinção como Personalidade do Ano na área de Informação em Televisão.

Licenciada em Sociologia, é mestre em História Moderna e Contemporânea e doutoranda em Estudos Portugueses, com especialização em Literatura Portuguesa, na Universidade Nova de Lisboa. É membro do Centro de Investigação Media e Jornalismo.


Sobre o livro:

Esta é uma obra fundamental, que revela a ostentação e a celebração vividas no regime autoritário do Estado Novo.

Com o final da Segunda Guerra Mundial, Portugal conheceu um crescimento económico invulgar, contexto no qual se potenciou o poder e a riqueza dos mais influentes grupos económico-financeiros da ditadura, protegidos pelo regime salazarista. Nesses anos, era luxuosa, mas discreta, a vida dos membros das elites. Preservava-se a tradição familiar e investia-se fortemente na educação, num contraste evidente em relação às condições de vida da esmagadora maioria da população. Apesar das transformações sociais geradas pelo 25 de abril, estas famílias mantêm hoje a sua influência económica e política, sendo ainda das mais ricas do país.

Com recurso a depoimentos inéditos, Conceição Queiroz desmonta neste livro os sentidos das principais práticas sociais que unem os elementos das elites portuguesas no período de 1945-1968. São exemplos as idas ao Teatro Nacional de São Carlos para a ópera e para o ballet, as caçadas, o hipismo, o golfe e o ténis, os passeios de iate, as idas à neve, os encontros no Hotel Ritz, na Parada de Cascais e no Turf Club, as viagens intercontinentais ou as sofisticadas festas.

Com base na investigação que realizou para a sua tese de mestrado em História Moderna e Contemporânea, a autora revela como as festas das elites eram meros pretextos para que «as grandes famílias» pudessem circular pelos mesmos espaços e a manter interesses em comum, que passavam de geração, em plena ditadura.



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