Deixei-te Ir, de Clare Mackintosh

Opinião:

Olhando para a capa e lendo a sinopse não se imagina a história engendrada por detrás da mesma, trata-se de um livro muito bem escrito,

Começa com um atropelamento seguido de fuga, que resulta na morte de uma criança, o maior pesadelo de qualquer pai e mãe, o que inquieta de imediato o leitor.

Depois avançando na leitura até à página 162, não estava de todo à espera de ficar de queixo caído com a ultima frase desta primeira parte, de tal forma que não sabia se havia de continuar em frente, ou voltar atrás e ler tudo de novo para ver o que é que tinha deixado escapar, o que é que eu não tinha lido nas entrelinhas.

Pois o enredo da primeira parte é enganador, não nos prepara para o que vem depois, mas é isso que eu gosto num bom thriller psicológico, ser apanhada de surpresa, ser enganada, com reviravoltas de que não esteja nada à espera, este livro induz-nos a pensar em algo que na realidade não tem nada a ver depois com a segunda parte do livro, que aborda outro tema diferente, não menos tocante, que me revolta muito, pessoalmente e infelizmente conheço casos, a forma como a autora constrói esta historia surpreendeu-me, assim como o desenlace da mesma, consegue-nos lubridiar ao longo da leitura, pois nada é o que parece.

Gostei da forma como a dupla de investigação conduziu a mesma, o seu empenho a tentarem descobrir quem atropelou a criança, apesar do processo não ter pernas para andar e tendo ordem de o arquivarem, não desistem e tentam juntar as peças deste puzzle.

É sem dúvida um livro muito bem escrito e bem estruturado, a autora soube criar um enredo que nos agarra e nos surpreende, inteligente, engenhoso, com personagem credíveis, que fica na memória, deixa-nos a pensar sobre o que deixamos escapar durante a leitura, e apetece-nos voltar a reler para ver se de facto estava lá, é verdade que adoro mistérios e quando um livro me leva a questionar tudo o que li e me faz tentar desvendar a verdade, ainda melhor, Deixei-te ir é thriller psicológico que não se consegue de parar de ler, muito bom.

(Leitura feita em Agosto)