21/05/2018

Jacinto Lucas Pires estreia-se na Porto Editora com novo romance

Título: A Gargalhada de Augusto Reis
Autor: Jacinto Lucas Pires
Págs.: 264
PVP: 16,60 €
 
Onde anda a liberdade?  
A Gargalhada de Augusto Reis é um romance em dois tempos sobre a poesia, talvez a maior expressão de liberdade

Escritor, encenador, cronista, Jacinto Lucas Pires regressa ao romance com A Gargalhada de Augusto Reis, que marca a sua estreia no catálogo da Porto Editora. Nas livrarias a partir de 24 de maio, este é, em última instância, um livro sobre as várias formas de liberdade. Alternando passado e presente – os tempos do Estado Novo, o pós-25 de Abril e a atualidade –, Jacinto Lucas Pires guia o leitor, não sem um olhar crítico, através das várias liberdades de um povo. A acompanhar-nos nesta história, três personagens que a poesia vai unir: o diretor de um banco no Estado Novo, poeta de renome, um jovem de um bairro pobre da periferia lisboeta com pretensões literárias e uma cineasta à procura de um novo rumo.

A 7 de junho, pelas 18:30, Rui Tavares e Tiago Cavaco juntam- -se ao autor para apresentar este romance na FNAC Chiado, em Lisboa. O autor rumará depois ao Porto, onde será protagonista do Porto de Encontro que se realiza a 30 de junho, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, pelas 17:00.

Sinopse: 
Dois tempos. Duas realidades. Duas vidas distintas. De um lado, o poeta Augusto Reis, administrador de um banco e reputado académico com ligações indistintas ao regime de Salazar, que vê a sua vida ruir com o 25 de Abril. Do outro, Djalma dos Santos, um jovem de um bairro da Amadora, que em pequeno encontrou um poema de Augusto Reis e o guardou como tesouro, como mantra. A unir os dois tempos, Sofia Bessa, realizadora cujo último filme foi arrasado pela crítica e que, a medo, aceita o desafio para um novo documentário. A unir os dois homens, a poesia.
Alternando passado e presente, A Gargalhada de Augusto Reis é, em última instância, um romance sobre o mistério mais simples e o mais fugaz: a alegria.

Sobre o autor: 
Jacinto Lucas Pires nasceu no Porto, em 1974, e vive em Lisboa. Publicou vários romances (Do sol, Perfeitos milagres, O verdadeiro ator – galardoado com o Grande Prémio de Literatura DST 2013), livros de contos (Assobiar em público, Grosso modo), de não ficção, entre os quais Livro usado, e uma coleção infantil, em coautoria com a ilustradora Sara Amado. Em 2008, foi-lhe atribuído, pela Universidade de Bari/ IC, o Prémio Europa – David Mourão-Ferreira. Escreve peças de teatro para diferentes grupos e encenadores e realizou três curtas e uma longa-metragem, Triplo A (2017). Colabora como comentador na Rádio Renascença e escreve uma crónica benfiquista no jornal O Jogo. Faz parte, com Tomás Cunha Ferreira, da banda Os Quais.

EXCERTO DO LIVRO
«Uma multidão de miúdos num lugar longe dali. Numa terrinha de província, Boiços, no norte interior da sua memória. Miúdos magros, vestidos de cores escuras ou sujas; miúdos sépia dos velhos dias do Estado Novo; miúdos com os gestos pesados de quem carrega, desde nascença, um «destino traçado», o de serem iguais aos pais, pessoas repetidas e caladas que criem filhos repetidos e calados, e assim para sempre. Miúdos de cabelos negros e olhos claros emagrecendo pela cidade, rezando palavrões com vozes quebradas. Sim, claro, a universalidade da escola democrática alterou isto, sem dúvida. Hoje, mesmo nos “meios mais desfavorecidos” (guarde-nos Deus Nosso Senhor de todos os eufemismos e meias-palavras), uma criança pode sonhar mais, pode imaginar-se diferente. Sem dúvida. Mas ainda é tão gritante a desigualdade, tão obscena a injustiça. Como é que se consegue ser livre assim?»

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