06/11/2018

O Tatuador de Auschwitz, de Heather Morris


Opinião:
Andei a adiar a leitura deste livro bastante tempo, tenho que me sentir minimamente confortável para ler sobre este tema, já li muitos livros, mas é sempre doloroso, desconfortável, fico sempre incrédula com o facto de pessoas terem conseguido sobreviver num ambiente de terror, desumano, privadas de tudo, em especial da sua dignidade, são exemplos de vida para todos nós.  
O Tatuador de Auschwitz, é baseado na histórica verídica de Lale Sokolov, que é enviado para Auschwitz-Birkenau, em 23 de Abril de 1942, torna-se tatuador, tatuava todas as vitimas com os números que as iam identificar.
A sua persistência, a sua enorme vontade de viver e sair do campo de concentração, vivo, dá-nos uma enorme lição, aliado a isso ele teve algo que o ajudou a manter um pouco a sua sanidade mental, o amor, apaixona-se por uma jovem recém chegada ao campo de concentração, isso deu-lhe forças para ajudar não só a jovem, como os outros ao seu redor. Como tatuador teve privilégios que outros não tinham, e usou esses mesmos privilégios para ajudar todos os que conseguiu.
Esta história real de amor entre Lale e Gita, causa impacto em quem está a ler, ficamos incrédulos, como é que é possível que no meio de tanta desumanidade ainda restassem forças para amar, e ter esperança. 
Admiro a coragem deste senhor, por conseguir contar a sua história de vida, relembrar os horrores que passou, assim como tantos outros já o fizeram, tem todo o meu respeito. A autora Heather Morris, entrevistou-o durante alguns anos, e dessa entrevista saiu este livro avassalador, comovente, incrível.
Leiam, pois só assim podemos honrar aqueles que lá estiveram, e continuar a perpetuar na memória das gerações vindouras, para que não se volte a repetir tais atrocidades. 

"(...) a necessidade de Lale (..) o impeliram a contar a história da sua vida. Queria que ficasse registada, para que, nas suas palavras, «jamais torne a acontecer»" (página 212)

Conheceu a pessoa mais temível no campo de concentração, o anjo da morte, o médico Josef Mengele, o monstro, que lhe disse várias vezes: “Um dia, tatuador, vou-te levar [para uma câmara de gás]. Um dia…” Não levou.

Podem saber mais sobre o livro no site da Editorial Presença aqui

 

1 comentários:

Beatriz Sousa disse...

Preciso de ler este livro ASAP